
O governo brasileiro parece estar num cabo de guerra silencioso — de um lado, a Casa Civil com garras afiadas, pronta para retaliar os Estados Unidos; de outro, a Fazenda segurando as pontas, recomendando "muito, mas muito cuidado" com os próximos passos. E no meio? Uma crise que pode pegar fogo se alguém errar o tom.
O que está pegando?
Fontes próximas ao Planalto contam que a Casa Civil, aquela que normalmente segura as rédeas da administração, está com os nervos à flor da pele. Algumas medidas comerciais dos EUA — aquelas que ninguém fala abertamente, mas todo mundo sente no bolso — teriam acionado o modo "revide agora, pense depois" em certos gabinetes.
Mas calma lá. O Ministério da Fazenda, sempre com a calculadora na mão, está fazendo contas que ninguém quer ver. "A gente pode até ter motivo pra ficar bravo", diz um técnico que pediu pra não ser identificado, "mas será que vale a pena brigar com quem segura o cartão de crédito do mundo?"
Os números que assustam
- EUA são o 2º maior destino das exportações brasileiras
- Queda de 8,7% no comércio bilateral em 2023
- Setor agrícola — aquele que sustenta o país — seria o mais afetado
Numa reunião que mais parecia um jogo de xadrez com peças explosivas, técnicos da Fazenda apresentaram slides que fariam qualquer um pensar duas vezes. "É tipo brigar com o dono do bar quando você tá com sede", resumiu um assessor, entre um gole de café e outro.
E agora?
Enquanto isso, nos corredores do poder, o clima oscila entre "vamos mostrar quem manda" e "melhor não cutucar onça com vara curta". O presidente, até onde se sabe, ainda não decidiu de que lado pular — e essa indecisão, claro, só aquece os ânimos.
O que ninguém contesta: a relação Brasil-EUA nunca foi um mar de rosas, mas também nunca precisou de tantos salva-vidas como agora. Será que vamos ver um novo capítulo nessa novela — ou melhor deixar quieto? Só o tempo — e talvez algumas reuniões tensas — dirão.