
Não era só mais um domingo qualquer em Fortaleza. O centro da cidade virou palco de um protesto que misturava verde-amarelo, palavras de ordem e uma certa dose de indignação. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro — sim, aqueles que não desistiram do "mito" — saíram às ruas para bater panelas e soltar o verbo contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e o atual presidente Lula.
"É anistia ou barbárie!", gritava um senhor de camisa do Brasil, enquanto segurava um cartaz com os dizeres "Moraes, tire suas garras da democracia". A cena, que parecia saída de 2022, mostra que o clima político no país ainda está longe de esfriar.
O protesto em detalhes
Por volta das 15h, a Avenida Santos Dumont começou a ficar apertada. Calcula-se que cerca de 3 mil pessoas compareceram — número que os organizadores, é claro, juram ser muito maior. Entre bandeiras do Brasil e faixas com mensagens diretas ao STF, um sentimento parecia unir a todos: a tal da "revanche política".
- Panelas batendo como se não houvesse amanhã
- Carros de som tocando hinos patrióticos em loop
- Um grupo entoando "o STF vai cair, confia"
Não faltaram críticas ao que chamam de "perseguição" aos bolsonaristas. "Estamos aqui para mostrar que não temos medo", disparou uma empresária de 45 anos, que preferiu não se identificar — "nunca se sabe com esse STF aí", justificou.
O que realmente querem?
No meio do barulho todo, três reivindicações se destacavam:
- Anistia para os envolvidos nos protestos pós-eleição
- Fim do que chamam de "judicialização da política"
- Mais "rigor" no combate à corrupção (sim, a ironia não passou despercebida)
Curiosamente, enquanto falavam em "liberdade", vários participantes se recusavam a dar entrevistas. Medo? Talvez. Desconfiança? Com certeza. O clima era de quem acredita estar sendo observado — e não sem razão, considerando os últimos acontecimentos.
Às 17h30, quando o sol já começava a se despedir, o protesto se dissolveu sem maiores incidentes. Mas deixou no ar aquela pergunta: até quando esse cabo de guerra político vai continuar tensionando o país?