
O clima estava tenso nos bastidores do governo, mas Geraldo Alckmin — aquele mesmo que não costuma perder a pose — resolveu botar as cartas na mesa. O vice-presidente, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), sentou-se com representantes americanos para discutir um tema espinhoso: as tarifas de importação.
Não foi um papo qualquer. As montadoras, aquelas gigantes que movem empregos e economias, estavam com a pulga atrás da orelha. Afinal, mudanças nesse jogo podem significar milhões a mais — ou a menos — nos cofres das empresas.
O que os EUA querem?
Os americanos, como sempre, chegaram com suas demandas. Mas Alckmin, experiente como poucos, não deixou barato. "Estamos atentos aos interesses nacionais", disparou, sem rodeios. O tom era firme, mas diplomático — afinal, ninguém quer uma guerra comercial.
Por trás dos discursos oficiais, rola uma preocupação real: como equilibrar os interesses das montadoras instaladas no Brasil com as regras do comércio global? É um jogo de xadrez onde cada peça movida pode desequilibrar o tabuleiro.
E as montadoras?
"A gente não pode ficar refém de decisões tomadas a toque de caixa", comentou um executivo do setor, que preferiu não se identificar. O setor automotivo, que já enfrentou crises memoráveis, sabe bem o que significa mudanças bruscas nas regras do jogo.
Alckmin, por sua vez, garantiu que o governo está de olho. "Vamos proteger nossa indústria", prometeu, deixando claro que o diálogo — e não o conflito — é o caminho escolhido.
Enquanto isso, nos corredores de Brasília, o assunto rende. Será que essa negociação vai esquentar ainda mais? Ou será que, no fim das contas, todo mundo sai ganhando? Bom, isso só o tempo — e talvez alguns cafezinhos diplomáticos — poderão dizer.