
Eis que a política ambiental global ganha mais um capítulo polêmico — e desta vez com um sabor amargo de desilusão. O presidente da Áustria, cujo nome sequer mereceu menção no comunicado lacônico, simplesmente jogou a toalha: não virá à COP-30, marcada para 2025 em solo brasileiro. Motivo? Uma justificativa que mistura pragmatismo econômico com um certo desconforto diplomático.
"Os custos da viagem são simplesmente incompatíveis com nossa política de austeridade", declarou um assessor, em tom que mais parecia um suspiro de alívio. Detalhe curioso: ninguém no Palácio Hofburg se deu ao trabalho de especificar números — o que, convenhamos, só alimenta especulações.
O elefante na sala
Enquanto isso, nos corredores do poder europeu, cochichos sugerem que há mais por trás da decisão. Seria apenas uma questão financeira? Difícil crer. Afinal, estamos falando de um país que, só no ano passado, gastou milhões em eventos protocolares de menor relevância.
- O orçamento previsto para a delegação austríaca superaria €500 mil
- Voos comerciais estariam completamente descartados — só jato particular
- Segurança e logística consumiriam 60% dos recursos
"É uma pena", comentou entre dentes uma fonte do Ministério do Ambiente austríaco, "justo quando o mundo precisa de gestos concretos". A frase, carregada de ironia não intencional, ecoa o mal-estar crescente entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento.
E o Brasil nisso tudo?
Por aqui, a reação oficial foi... bem, quase inexistente. O Itamaraty limitou-se a um "tomamos conhecimento" que poderia ser usado como manual de discrição diplomática. Mas nas redes sociais, a história é outra:
"Típico de europeu achar que sustentabilidade é só quando convém", disparou um usuário no X (antigo Twitter), numa crítica que resume o clima geral.
Já os organizadores da COP-30 insistem que os custos estão dentro do padrão para eventos do gênero. "Comparável à COP-26 em Glasgow", garantem, omitindo convenientemente que a Escócia fica a duas horas de voo de Viena — e não doze, como será o caso.