
Numa reação que mistura arte e ativismo, um grupo expressivo de criadores brasileiros resolveu botar a boca no trombone. De repente, virou correria nos ateliês: mais de 100 nomes das artes visuais, teatro e música se juntaram pra criar um manifesto artístico contra o polêmico PL do Licenciamento Ambiental.
Não foi só assinar embaixo não — cada um colocou seu traço, sua voz, sua cara nisso. O resultado? Uma obra coletiva que parece um grito de alerta colorido. "A gente não pode fingir que não vê", diz uma das participantes, enquanto mistura tinta numa tela que mais parece um SOS.
O que tá pegando?
O tal projeto quer mudar as regras do jogo ambiental no Brasil. Na prática, várias atividades poderiam escapar da obrigação de apresentar estudos de impacto. Pra quem entende do riscado, é como tirar o freio de mão numa ladeira íngreme.
Os artistas — sempre antenados nas mudanças do país — pegaram pesado na crítica:
- "É um tiro no pé da natureza" — pintor conhecido por retratar a Amazônia
- "Vamos virar piada internacional de novo" — atriz que trabalha com temas indígenas
- "Arte sem planeta é museu vazio" — grafiteiro das periferias
E não foi só discurso. As obras criadas misturam técnicas tradicionais com protesto moderno. Tem de tudo: desde esculturas feitas com lixo eletrônico até performances que imitam animais em extinção.
O outro lado da moeda
Claro que os defensores do projeto rebatem: alegam que as mudanças vão "desburocratizar" o desenvolvimento. "O Brasil não pode ficar pra trás", dizem alguns economistas. Mas será que desenvolvimento e preservação realmente não podem andar de mãos dadas?
Enquanto o Congresso debate números e prazos, os artistas fazem o que sabem melhor — transformar preocupação em algo que você pode ver, ouvir e sentir. E pelo jeito, essa exposição vai ficar em cartaz por muito tempo.