
A coisa ficou feia, e não foi pouco. Na UPA de Guarapari, uma médica viveu um verdadeiro pesadelo durante seu plantão — e tudo porque um vereador resolveu descontar suas frustrações nela. A situação, que já era tensa por si só, descambou para o constrangedor e completamente inaceitável.
Não deu outra: o parlamentar, cujo nome ainda circula em off nos corredores, teria invadido o ambiente de trabalho da doutora com um misto de arrogância e grosseria. E olha, testemunhas relatam que o tom não foi nada educado — pelo contrário. Palavrões, ameaças veladas e um clima pesadíssimo tomaram conta do local.
A médica, é claro, não ficou quieta. Além de manter a postura profissional — algo que, convenhamos, exige muita fibra —, ela decidiu agir. Foi direto à delegacia registrar um boletim de ocorrência. No documento, ela detalha cada insulto, cada ameaça, cada momento dessa agressão verbal que, pasmem, aconteceu dentro de uma unidade de saúde.
E o pior? Isso não é isolado.
Quem trabalha no SUS sabe: desaforo de político é quase rotina em alguns lugares. Mas transformar isso em caso de polícia? Aí a coisa muda de figura. Agora, o Ministério Público já foi acionado e a Justiça pode entrar no meio — o que, sinceramente, era mais do que necessário.
O vereador, por sua vez, nega. Diz que foi “apenas um mal-entendido”. Mas a pergunta que fica é: até onde vai o “mal-entendido” de quem deveria servir a população, e não aplacar seu ego?
Enquanto isso, a médica segue trabalhando. Com medo? Quem sabe. Mas, sobretudo, com a certeza de que ninguém — absolutamente ninguém — merece ser tratado assim no próprio local de trabalho.