STF em reforma: sala da Primeira Turma passa por obras antes do julgamento da trama golpista
STF reforma sala antes de julgar trama golpista

Parece que o Supremo Tribunal Federal está se preparando para grandes eventos. Quem passa pelos corredores do STF nestes dias nota o movimento incomum de operários e o discreto – mas perceptível – cheiro de tinta fresca.

A sala onde a Primeira Turma realiza seus julgamentos importantes está, literalmente, de cara nova. E a timing não poderia ser mais significativa.

Coincidência? Difícil acreditar. As obras acontecem justamente às vésperas do aguardado – e tenso – julgamento que analisará as ações da chamada trama golpista, aqueles eventos tristes de 8 de janeiro que ainda ecoam na memória do país.

Nada muito extravagante, claro. Estamos falando do Judiciário, não de um reality show. Fontes próximas ao court – sim, às vezes é preciso usar um termo em inglês – indicam que são melhorias de infraestrutura técnica. Melhorias na iluminação, talvez atualizações nos sistemas de áudio e vídeo, aquela coisa toda que permite que os ministros vejam e ouçam tudo com clareza cristalina.

Imagine só a cena: um julgamento de altíssima complexidade, transmitido ao vivo para todo o nation, e uma lâmpada piscando ou um microfone falhando. Não dá, né? Prevenção é melhor que remediar, ainda mais quando o assunto é a democracia.

O que está por trás da reforma?

O G1 teve acesso a informações que detalham um pouquinho mais o que está rolando. A empreiteira Concrejato, vencedora da licitação, está tocando os serviços. O valor? Algo em torno de R$ 141 mil. Pode parecer muito, mas no mundo das licitações e obras públicas, é quase um trocado.

O contrato, fechado ainda em maio, prevê a "substituição do forro e da luminária" do plenário. Traduzindo: trocar o teto e as luzes. Trabalho essencialmente técnico, mas que exige uma precisão danada. Nada pode falhar durante uma sessão.

E o julgamento?

Ah, o julgamento! Esse é o ponto que todo mundo espera. A Primeira Turma, aquela comandada pelo ministro Alexandre de Moraes – figura que dispensa apresentações –, vai se debruçar sobre processos que tratam de financiadores e organizadores dos atos golpistas. É coisa séria, gente.

Não é exagero dizer que os olhos do país estarão voltados para aquela sala reformada. Cada argumento, cada voto, cada detalhe técnico será assistido e analisado minuciosamente. A pressão é enorme, e um ambiente adequado, funcional, pode fazer uma diferença sutil, mas real.

O placar do Supremo já mostrou, em outras ocasiões, uma postura firme em relação a esses eventos. A condenação de mais de 1.300 pessoas já aconteceu. Agora, a mira se ajusta para aqueles que estariam por trás da organização, com mais profundidade.

Enquanto isso, as obras correm. Marteladas e parafusos sendo apertados onde soon serão proferidas sentenças. Uma metáfora quase poética – ou assustadora, depende do ponto de vista – para um momento crucial da nossa Justiça.

Resta saber se a nova iluminação vai clarear apenas os documentos dos processos ou também os caminhos para a verdade dos fatos. O Brasil aguarda. E torce.