
O cenário político francês vive um momento histórico — e nada bom para Nicolas Sarkozy. Nesta quinta-feira, a Justiça francesa fechou o cerco ao ex-presidente com uma condenação que vai direto para os livros de história. E não é qualquer história: pela primeira vez, um ex-chefe de Estado da França será trancafiado atrás das grades.
A coisa é séria mesmo. Sarkozy, aquele que comandou o país entre 2007 e 2012, foi considerado culpado por conspiração criminosa. O tribunal de apelação de Paris manteve a sentença original — três anos de prisão, sendo dois deles sem chance de cumprir em liberdade. Um verdadeiro terremoto no cenário político europeu, que ainda está tentando digerir a notícia.
O que deu errado no caso?
O cerne da questão envolve aquelas conversas que jamais deveriam ter acontecido. A acusação alega que Sarkozy tentou obter informações privilegiadas de um alto magistrado — um tal Gilbert Azibert — sobre investigações que o envolviam. E qual seria a moeda de troca? Nada menos que uma prestigiosa posição em Mônaco para o tal magistrado. Jogada pesada, na visão dos juízes.
Os detalhes são quase cinematográficos. Tudo veio à tona através daquela velha e boa (ou má, dependendo do lado) interceptação telefônica. As conversas, registradas entre 2013 e 2014, pintaram um quadro comprometedor. Sarkozy sempre negou, claro. Alegou que era tudo uma campanha de difamação. Mas a Justiça francesa não comprou a versão.
E agora, o que esperar?
Bom, a defesa já anunciou que vai recorrer — surpresa zero aqui. Eles devem bater na porta da Corte de Cassação, o último nível do sistema judicial francês. Enquanto isso, Sarkozy não será algemado imediatamente. O processo segue seu curso, mas a pressão psicológica deve ser brutal.
O ex-presidente, que já tinha uma condenação por financiamento ilegal de campanha em 2021 (mas conseguiu evitar a prisão na época), parece estar com a sorte finalmente acabando. Aos 70 anos, a perspectiva de passar temporada na cadeia não deve ser nada agradável.
O caso levanta questões profundas sobre o poder e a impunidade. Até onde vai a imunidade de um ex-chefe de Estado? A Justiça francesa deu sua resposta — e ela é contundente. Resta saber se outros países seguirão o exemplo.
Enquanto isso, Paris fervilha com o caso. Nas ruas, nos cafés, nos corredores do poder — todo mundo comenta o desfecho dramático da queda de um gigante. A história está sendo escrita, e dessa vez, com letras bem grandes.