
O plenário da Câmara vive um daqueles dias que ficam marcados na história — e não é exagero. A tensão é palpável, os corredores parecem ferver com sussurros e conversas urgentes. Dois projetos monumentais dominam a pauta: a PEC da Blindagem e o famigerado PL da Anistia. E olha, a coisa está longe de ser tranquila.
Vamos começar pela PEC 16/2025, essa que tá sendo chamada de "PEC da Blindagem". Basicamente — e isso é importante — ela quer criar uma muralha em torno de agentes públicos, tornando quase impossível responsabilizá-los criminalmente por decisões técnicas. Seus defensores juram de pés juntos que é para proteger servidores de assédio judicial. Já os críticos veem aí um cheque em branco para a impunidade. Não é simples, não.
O que está em jogo na Anistia?
Já o PL 5.082/2025, o projeto de anistia, é outra bomba-relógio. Ele pretende perdoar multas aplicadas durante a pandemia para quem descumpriu regras sanitárias. Sim, você leu certo. Enquanto uns lembram dos custos absurdos para pequenos empresários, outros questionam o timing e a mensagem que isso passa — afinal, flexibilizar normas de saúde em plena retrospectiva é no mínimo polêmico.
Parece que ninguém se entende, mas uma coisa é certa: a base governista está sob pressão. Líderes partidários já admitem que há resistência até dentro da própria base. E não é pouco. Alguns deputados, mesmo aliados, temem o custo político de aprovar textos tão controversos de uma vez só.
E os prazos? A corrida contra o tempo
Ah, e como se não bastasse a complexidade dos temas, ainda tem o fator tempo. Ambos os textos precisam passar por dois turnos de votação — e só nesta terça. Senão, viram pó. O regimento interno é claro: sem aprovação até o fim do dia, voltam pra estaca zero. A pressão é visível no olhar de cada parlamentar.
Nesse momento, articulações nos bastidores tentam costurar acordos. Uns falam em adiar, outros em retirar pontos mais sensíveis. Mas com a oposição firme contra — e parte da sociedade civil em alerta —, qualquer passo em falso pode ser fatal.
No fim das contas, o que está em jogo vai além de textos legais. É a credibilidade do sistema, a confiança na Justiça e a percepção de que o Estado pode — ou não — ser responsabilizado. Hoje, o Congresso decide não só o futuro de duas proposições, mas também o tom da política nacional pelos próximos anos.
Fique de olho. A noite promete.