
Era questão de tempo, todo mundo sabia. A bomba-relógio no Ministério do Turismo finalmente estourou nesta quarta-feira, e o estrago foi exatamente como se previa.
Celso Sabino, aquele que até ontem comandava a pasta, acabou fazendo o que a pressão partidária exigia: entregou sua carta de demissão diretamente nas mãos do presidente Lula. Um desfecho que, convenhamos, não pegou ninguém de surpresa no círculo político de Brasília.
O ultimato que não deu margem para negociação
O partido União Brasil – sim, a mesma legenda que levou Sabino ao cargo – simplesmente não aguentava mais. A relação estava esgarçada, corroída por desentendimentos que vinham se arrastando há semanas. A gota d'água? Bem, foram várias, mas a direção partidária decidiu que era hora de puxar o tapete.
Deram um ultimato claro e sem rodeios: ou o ministro saía voluntariamente, ou eles mesmos puxariam o gatilho da exoneração. Diante de uma escolha dessas, que opção restava?
Um encontro tenso no Planalto
O encontro com Lula não durou nem meia hora, segundo fontes que acompanharam o caso. Um clima pesado, daqueles que se corta com faca. Sabino chegou com a carta na mão, cumprimentou o presidente com formalidade, e tratou de resolver o assunto rapidamente.
Não houve dramalhão, nem cenas emocionadas. Apenas o reconhecimento tácito de que a situação havia ficado insustentável. Às vezes, na política, é melhor cair fora com alguma dignidade do que ser carregado para fora aos berros.
E assim, em poucos minutos, encerrou-se um capítulo conturbado no governo.
E agora, quem assume o Turismo?
Essa é a pergunta que todo mundo faz nos corredores do poder. O União Brasil, como dono da vaga, já deve ter seu nome na manga – o jogo de bastidores começou antes mesmo da carta ser assinada.
Resta saber se o novo ministro conseguirá navegar pelas águas turbulentas que afundaram o antecessor. O turismo brasileiro, que precisa de estabilidade como o ar para respirar, certamente torce por isso.
Uma coisa é certa: a crise no ministério serviu de alerta para o governo sobre o frágil equilíbrio das alianças. Quando a base começa a rachar, o estrago pode ser maior do que se imagina.