
O clima em Brasília está mais tenso do que rush na linha amarela do metrô. E o motivo? Uma decisão do ministro Mendonça, do STF, que simplesmente barrou a convocação do famoso — e polêmico — Careca do INSS para depor na CPMI dos Atos Golpistas. A reação dos parlamentares? Digamos que não foi das mais tranquilas.
Parece que a gente vive mesmo num país de déjà vu institucional. O ministro alegou, pasmem, falta de pertinência temática. Segundo ele, o interrogatório do influenciador não traria nada de relevante para as investigações. Mas os senadores da comissão, claro, enxergam a coisa de outro jeito.
O pulo do gato jurídico (ou a falta dele)
Aqui é onde a porca torce o rabo. Mendonça deu a entender que a atuação do Careca, por mais barulhenta que fosse, não se conectava diretamente com o objeto da CPI. Os parlamentares, no entanto, juram de pés juntos que o depoimento é crucial. Eles querem entender o papel dele na suposta articulação dos atos que abalaram o país.
Não é de hoje que a relação entre STF e Congresso parece uma novela das nove — cheia de reviravoltas e capítulos pendentes. E essa decisão só joga mais lenha na fogueira.
E agora, José?
A CPMI não vai ficar de braços cruzados. Já avisou que vai recorrer. E rápido. A ideia é levar a questão direto para o plenário do Supremo, tentando reverter a liminar. É um jogo de xadrez de alto nível, onde cada movimento é calculado e pode definir os rumos da investigação.
O que está em jogo vai além de um simples depoimento. É uma disputa sobre até onde vai o poder de investigação do Legislativo e qual é o limite da atuação do Judiciário em frear essas ações. Uma daquelas encruzilhadas institucionais que marcam época.
Enquanto isso, o Careca do INSS segue como a figura mais comentada — e menos ouvida — desse processo todo. Um silêncio que, paradoxalmente, fala volumes.