O clima nas redes sociais já estava quente, mas a tarde desta quinta-feira jogou gasolina na fogueira. De um lado, um mea-culpa inesperado. Do outro, uma convicção de aço que não se abala. Eis o retrato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em mais um daqueles dias que só a política brasileira é capaz de proporcionar.
Primeiro veio o gesto de conciliação. Através de suas redes oficiais, Lula dirigiu-se diretamente a Serginho Groisman. O tom? Sincero, direto. Pediu desculpas – sem rodeios – por ter citado o nome do apresentador no meio de uma fala contundente sobre influenciadores digitais. Foi um daqueles momentos em que a política parece dar uma trégua, ainda que breve.
Mas, e sempre há um mas nesses roteiros, não é? No mesmo fôlego, no mesmo contexto, o petista não só manteve como reforçou suas críticas à Virgínia Fonseca. A justificativa? Ele simplesmente não voltou atrás no cerne da sua argumentação. Para Lula, o ponto central seguia intacto: a defesa ferrenha das instituições democráticas, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal contra o que ele classifica como «notícias falsas» propagadas por certas figuras na internet.
Ah, a internet… Ela não perdoa. Nem perde tempo. A reação foi instantânea, visceral e absolutamente polarizada. De um lado, apoiadores comemorando a «hombridade» do pedido de desculpas ao Groisman. Do outro, críticos vendo na manutenção das acusações à Virgínia uma prova de… bem, de tudo que criticam nele.
O episódio todo joga luz sobre um debate muito maior – e incrivelmente atual. Até onde vai a liberdade de expressão de um ex-presidente? Qual o limite – se é que existe um – para críticas a personalidades públicas? E o papel dos influenciadores digitais nesse novo tabuleiro da opinião pública? Perguntas complexas, que não serão respondidas num único dia, mas que esse caso deixa mais evidentes do que nunca.
Uma coisa é certa: a política brasileira, como um bom seriado, nunca entrega todos os spoilers de uma vez. E esse capítulo, com seu mix de retratação e confronto, certamente não é o último.
