Julgamento de Bolsonaro: O Dia em que a Defesa Perdeu as Estribeiras no Tribunal
Julgamento de Bolsonaro: o dia que a defesa vacilou

O plenário do Superior Tribunal de Justiça parecia mais um campo de batalha do que uma casa de leis nesta quarta-feira. O ar, pesado e carregado de expectativa, foi eletrocutado por uma sucessão de eventos que deixou até os observadores mais veteranos com os nervos à flor da pele.

A defesa do ex-presidente, claramente encurralada pela narrativa que se desenrolava, partiu para o tudo ou nada. E que coisa… A estratégia? Questionar a própria competência do STJ para julgar o caso, um movimento tão ousado quanto desesperado. Os advogados, vozes elevadas e argumentos afiados, tentaram virar o jogo do avesso, alegando que a discussão central do processo—aquela velha história de suposta interferência na Polícia Federal—não passava de uma fagulha fora da lareira, um incidente menor que não justificava todo esse circo.

Mas os ministros não pareceram muito convencidos. Na verdade, a reação deles foi um misto de ceticismo profundo e—vamos ser honestos—uma certa irritação contida. Um dos ministros, particularmente, não conseguiu disfarçar a incredulidade. Ele rebateu ponto a ponto, com a paciência de quem explica o óbvio pela enésima vez, que a acusação ia muito além de um mero desentendimento operacional. Estamos falando de uma suposta tentativa sistemática de minar uma instituição da República, gente. Isso é pesado.

O Teatro dos Depoimentos

E então veio a hora dos depoimentos. Numa jogada que surpreendeu a todos, a defesa trouxe à tona um ex-comandante da PF. A expectativa era palpable. Todos se inclinavam para frente, esperando a bomba. Mas o que se seguiu foi… bem, anticlimático. O testimônio do homem foi tão vago, tão cheio de 'não me recordo' e 'não tenho certeza', que mais prejudicou do que ajudou. Você podia sentir a frustração da defesa—o plano simplesmente desmoronou.

Do outro lado, a acusação parecia ter um asso na manga. Apresentaram uma pilha de documentos, e-mails trocados, registros oficiais—um verdadeiro arsenal de papel que contava uma história muito diferente. Cada página era como uma peça de um quebra-cabeça condenatório, mostrando uma sequência de eventos que, francamente, cheirava muito mal.

O auge da tensão veio durante os debates finais. Os advogados quase se engalfinharam—figurativamente, é claro—em discussões técnicas tão complexas que até os jornalistas jurídicos tinham dificuldade para acompanhar. Era como assistir a uma partida de xadrez em que um dos jogadores decide, do nada, virar a mesa.

E Agora, José?

Com a defesa praticamente encurralada e a acusação cheia de vento nas velas, o que esperar dos próximos capítulos? Os rumores nos corredores do tribunal sugerem que a coisa vai ficar feia. Muito feia. A sensação geral é que estamos testemunhando um daqueles momentos que viram a página da história, um ponto de virada do qual não há volta.

O julgamento foi suspenso, mas o clima de suspense permanece. Todo mundo está se perguntando: a defesa conseguirá se recuperar de mais esse revés? Ou este foi basicamente o prego final no caixão? Só o tempo—e os ministros—dirão.