Esquerda em Alerta: Condenação de Bolsonaro Abre Caminho para Tarcísio, mas Sombra de Trump Paira Sobre 2026
Esquerda mira Tarcísio e teme Trump pós-Bolsonaro

O veredicto do TSE que tornou Jair Bolsonaro inelegível até 2030 ecoou pelos corredores do poder em Brasília não como um ponto final, mas como um prólogo de uma novela cheia de reviravoltas. A sensação imediata entre partidos de esquerda? Um alívio contido, quase cauteloso.

É aquela velha história: matou um leão, mas olha a onça ali na moita. A ameaça mais familiar, Bolsonaro, foi neutralizada — pelo menos nas urnas —, mas isso simplesmente limpou o campo para uma nova e perhaps mais perigosa fera: Tarcísio Gomes de Freitas.

O Fenômeno Tarcísio e a Direita Pós-Bolsonaro

O governador de São Paulo não é mais uma promessa; é uma realidade eleitoral avassaladora. A esquerda, que talvez nutrisse a esperança de um desmonte do bolsonarismo com a condenação, se vê diante de um paradoxo. A operação que deveria erradicar o mal, na verdade, transplantou seu coração para um corpo novo, mais jovem, tecnocrata e — pasmem — com uma imagem de gestor competente.

Ora, é de dar um nó no cérebro. Eles se livrar do principal ícone, mas o ideário ganha um representante com discurso mais polido e, convenhamos, um appeal eleitoral assustadoramente amplo. O que é pior?

O Espectro de uma Interferência Internacional

Se o cenário nacional já não fosse complexo o suficiente, eis que surge uma variável capaz de tirar o sono de qualquer estrategista: a imprevisível e gigantesca sombra de Donald Trump. A possibilidade real de seu retorno à Casa Branca em 2024 é vista com profunda apreensão.

Não se iluda: a relação entre Trump e Bolsonaro era mais do que uma amizade cordial; era uma aliança de visão de mundo. E um Trump II, com os mesmos apetites por guerras culturais internacionais, poderia muito bem tentar virar o jogo brasileiro a favor de seus aliados. Imagine a pressão? As narrativas? As fake news em escala global?

É um pesadelo geopolítico com cara de reality show.

O Calculismo da Esquerda e os Possíveis Cenários

Diante desse xadrez, a esquerda não está parada. A estratégia, pelo que parece, é dupla: primeiro, tentar capitalizar ao máximo essa condenação para desmobilizar a base bolsonarista, pintando o movimento como um barco à deriva sem seu capitão. Segundo, e mais crucial, começar desde já a construir um contra-ataque a Tarcísio.

O objetivo é não deixá-lo herdar o trono de bom moço. Vão tentar associá-lo a todos os males do governo passado, aos rompantes autoritários, à gestão pandêmica desastrosa. Querem, a todo custo, evitar que ele se apresente como uma opção nova, descolada dos problemas antigos.

Mas será que vai colar? A resposta, como tudo na política, está no vento. E, claro, nas urnas.