
O caso é daqueles que pegam fogo rápido — e deixam todo mundo de orelha em pé. O Almirante Garnier Santos, um nome de peso nas Forças Armadas, agora se vê no olho do furacão respondendo a uma acusação pesada do Ministério Público Eleitoral: participação em suposto golpe contra as instituições democráticas.
Mas é aí que a defesa dele entra em cena com um argumento que, convenhamos, não é pouco polêmico. O advogado do militar, ninguém menos que Paulo Roberto de Figueiredo, soltou a frase que está ecoando por todos os cantos: "Não se pode criminalizar as críticas ao sistema eleitoral". Na visão dele, questionar as urnas, os processos, a transparência — tudo isso seria parte do jogo democrático, não crime.
E olha, a tese é ousada. Figueiredo vai além e defende que seu cliente, longe de conspirar, estaria apenas exercendo um "direito de cidadão" ao levantar dúvidas. "O que temos aqui é uma tentativa perigosa de transformar opinião em delito", disparou o advogado, com a convicção de quem acredita estar defendendo uma causa maior.
O outro lado da moça
Claro, o Ministério Público Eleitoral não compra a narrativa. Nem um pouco. Na peça acusatória, os procuradores pintam um cenário bem diferente — um suposto envolvimento do Almirante em ações que, nas entrelinhas, teriam o claro objetivo de desestabilizar a confiança no processo de votação.
Eles alegam que não se tratava de mera opinião, mas de atos concretos. A investigação, que corre em segredo de Justiça, apura se houve mesmo articulação para, veja bem, contestar os resultados eleitorais de maneira ilegítima.
É aquela velha história: onde termina a liberdade de expressão e começa a ameaça à democracia? A linha é tênue, e cada lado puxa a corda para seu lado.
E as consequências?
O caso já causa rebuliço nos quartéis e nos corredores do poder. Um almirante de alta patente respondendo a um processo dessa natureza não é algo que passe batido. Mexe com a hierarquia, com a imagem das Forças Armadas e, claro, com a relação entre militares e o Estado democrático.
Figueiredo, é claro, minimiza. Diz que seu cliente agiu sempre dentro da lei, movido por "preocupações legítimas" — e não por qualquer intenção escusa. "Ele é um militar de carreira, servidor público, e seu único interesse era assegurar a lisura do processo", argumenta.
Resta saber se a Justiça Eleitoral vai engolir essa versão. Por enquanto, o caso segue sob wraps, mas a discussão pública — essa já explodiu de vez.