Centrão Alerta Tarcísio: Excesso na Crítica a Lula Pode Custaɾ Caro ao Governo
Centrão a Tarcísio: Excesso na crítica a Lula é risco

O clima nos bastidores de Brasília não está nada amistoso — e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) é o nome do momento nas conversas de corredor. Líderes influentes do centrão, aquele bloco político que todo mundo sabe que segura as pontas (e as votações) no Congresso, avaliam que o paulista simplesmente passou do ponto ao criticar publicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Não foi uma fala qualquer, daquelas que se perdem no noticiário. Foi direta, contundente, e pegou mal até entre aliados. Um líder partidário, com trânsito livre no Palácio do Planalto, resumiu a sensação geral: “Ele errou o tom. Fez um discurso que agrada à base, mas desequilibrou a relação com quem sustenta o governo”. Ou seja: falou para a plateia errada.

A Reação Imediata do Planalto

Do lado de Lula, a resposta não demorou. Membros da cúpula governista já sinalizaram, em off, que a postura de Tarcísio não ficará sem consequências. E não se engane: quando o Planalto aperta o botão, a música pode parar de tocar para muita gente. O governo federal controla verbas, nomeações, e — convenhamos — o ritmo de liberação de emendas parlamentares. Algo que o centrão conhece muito, mas muito bem.

E é aí que mora o perigo. Se Tarcísio perder a simpatia da base aliada, seu projeto de governo em São Paulo pode enfrentar barreiras que nem dinheiro ou influência conseguem transpor. Política, no fundo, é jogo de relação. E relação desgastada vira peso na hora de governar.

O Jogo Duplo do Centrão

Os partidos do centrão, como Republicanos, PP e União Brasil, sempre jogaram em dois tabuleiros: apoiam o governo federal, mas também mantêm abertos os canais com oposicionistas que possam ser úteis — como Tarcísio. Só que há um limite. E esse limite foi testado.

Um deputado federal da bancada paulista, que preferiu não se identificar, foi categórico: “Não dá pra queimar a ponte com quem segura a governabilidade e esperar que tudo continue como antes. Tarcísio é novo na função, talvez ainda esteja aprendendo”. A frase soa quase como um conselho amigo, mas carrega um aviso pouco disfarçado.

O recado está dado. E não é só um palpite de comentarista de YouTube não, viu? São vozes que ecoam de dentro do Congresso, de quem entende do riscado. Se o governador quiser manter sua agenda em movimento — e quem sabe até sonhar com voos mais altos no futuro —, vai precisar repensar a estratégia. Rápido.

Porque em Brasília, como dizem por aí, ou você joga com as regras do jogo… ou vira peça fora do tabuleiro.