Parece que a tão falada blindagem acabou ficando sem proteção nenhuma. Nesta quarta-feira, a CCJ do Senado simplesmente enterrou a PEC da Blindagem – e olha que foi uma rejeição unânime, coisa rara nesses tempos polarizados.
O clima na comissão estava pesado, daqueles que dava pra cortar com faca. Quando chegou a hora da votação, nem precisou de muito debate: todos os senadores presentes, sem exceção, bateram o martelo contra a proposta. Foi um não retumbante, daqueles que ecoa pelos corredores do Congresso.
O que estava em jogo?
A tal PEC, de autoria do senador Davi Alcolumbre, queria basicamente criar uma espécie de escudo protetor para autoridades. A ideia era estabelecer um foro privilegiado ampliado e dificultar processos contra figuras políticas. Mas, francamente, a proposta nasceu com pé esquerdo.
Até o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que normalmente joga um jogo mais diplomático, deixou claro que não via a medida com bons olhos. E quando o próprio comando da Casa demonstra resistência, já dá pra sentir o cheiro de derrota no ar.
Um alinhamento surpreendente
O mais curioso – ou talvez não – foi ver como senadores de diferentes espectros políticos chegaram à mesma conclusão. Esquerda, direita, centro... Todos pareciam concordar em um ponto: a tal blindagem era, no mínimo, inoportuna.
Alguns senadores chegaram a dizer, nos bastidores, que aprovar uma medida dessas em ano eleitoral seria como assinar atestado de insensibilidade. A população, claro, não engoliu a ideia desde o primeiro momento.
E agora, o que esperar?
Com essa rejeição na CCJ, a PEC da Blindagem basicamente morreu na praia. Dificilmente voltará à pauta tão cedo, especialmente considerando o clima político atual. Resta saber se seus defensores tentarão ressuscitá-la depois das eleições – mas, convenhamos, a rejeição unânime deixou um recado bastante claro.
Enquanto isso, lá fora, o Brasil respira aliviado. Pelo menos por enquanto, a tal blindagem ficou mesmo só no campo das ideias.
