
Parece que a criatividade dos golpistas não tem limites — e agora usam até rostos de religiosos respeitados para espalhar lorotas. Nas últimas horas, viralizou um vídeo esquisito onde, supostamente, o arcebispo de Goiânia, Dom João Justino, estaria ensinando uma "oração da prosperidade financeira". Só que tem um detalhe: é tudo falso, feito com inteligência artificial.
A Arquidiocese de Goiânia já soltou um comunicado mais claro que água — e com aquele tom de "gente, sério mesmo?". Segundo eles, Dom João nunca gravou nada do tipo. "É uma fraude grosseira", diz o texto, que ainda pede para os fiéis não caírem nesse conto do vigário digital.
Truque tecnológico (ou falta de)
Quem viu o vídeo percebe na hora que tem coisa errada. A voz do arcebispo parece daqueles atendentes virtuais que nunca entendem o que a gente fala. E os lábios? Nem sempre sincronizam direito — parece dublagem de filme B.
"É impressionante como ainda tem gente que cai nisso", comenta o professor de tecnologia Marcos Aurélio, enquanto toma seu café. "A IA até que melhorou, mas ainda falta naturalidade. O problema é que muitos compartilham sem nem pensar."
Modus operandi da enganação
- Vídeo criado com deepfake — aquela tecnologia que troca rostos e vozes
- Discurso cheio de "garantias" de riqueza fácil (como se fosse assim...)
- Pedidos indiretos para compartilhar "e abençoar 10 pessoas" — o velho golpe da corrente
Curioso notar que o vídeo aparece justamente quando o debate sobre regulamentação de IA está quente no Congresso. Coincidência? Difícil acreditar.
Igreja em alerta
A Arquidiocese foi rápida no gatilho. Além do comunicado oficial, orientou as paróquias a alertarem os fiéis. "Isso não só engana como banaliza a fé", disse um padre que preferiu não se identificar. "Transformam o sagrado em produto de vendedor de fumaça."
E olha que essa não é a primeira vez. Nos últimos meses, vários líderes religiosos viraram alvo de deepfakes. Tem desde pastor "vendendo" curso de milagres até rabino "prevendo" números da loteria. O esquema é sempre o mesmo: promessas absurdas + tom autoritário + apelo emocional.
Fica a dica: se ver algo assim, desconfie na hora. Religião séria não faz promessas materiais, muito menos cobra por bênçãos. E quando o assunto é dinheiro? Melhor deixar a fé de lado e acionar o senso crítico.