
Você já parou pra pensar quem está por trás das ideias que pipocam na sua cabeça? Não, não é teoria da conspiração — é puro algoritmo. Ilana Trombka, especialista em comunicação com trajetória que inclui até cobertura de guerras, soltou o verbo no programa Chá de Ideias sobre como as redes sociais viraram uma espécie de "chef de cozinha mental", escolhendo a dedo quais pensamentos servir pra cada um de nós.
E olha que o negócio é sério. Segundo ela, esses códigos invisíveis não só definem o que a gente vê, mas como a gente vê o mundo. "É como se você tivesse um amigo super manipulador", brinca, antes de deixar a piada de lado: "Só que esse 'amigo' pode te levar a acreditar em coisas totalmente distorcidas".
O Jogo das Sombras Digitais
Quem nunca rolou a timeline e se pegou pensando exatamente o que os posts sugeriam? Pois é. Ilana explica que a mágica (ou tragédia) acontece em três etapas:
- Coleta de dados: Cada like, tempo de visualização e até hesitação vira matéria-prima
- Perfil invisível: Criam um "você digital" que nem você conhece direito
- Bombardeio personalizado: Notícias, opiniões e anúncios sob medida pra confirmar seus vieses
O pior? A gente nem percebe. "É como aquela propaganda de margarina dos anos 80 — só que mil vezes mais sofisticada", compara. E se engana quem acha que isso é só sobre vender produto. Ideias viraram a commodity mais valiosa.
Como Não Virar Marionete dos Algoritmos
Mas calma, não é pra deletar todas as contas e ir morar numa caverna. Ilana sugere táticas práticas:
- Diversifique suas fontes — Siga perfis que discordam de você (sim, dói, mas faz bem)
- Cheque o cardápio mental — Pergunte-se: "Por que estou vendo ISSO agora?"
- Faça detox digital — Uma pausa semanal ajuda a resetar a mente
E o conselho mais valioso? "Treine seu ceticismo saudável. Se uma notícia te deixar com raiva ou alegria instantânea, desconfie", alerta. Afinal, emoções fortes são o combustível preferido desses sistemas.
No final, a mensagem é clara: entender esse jogo é o primeiro passo pra deixar de ser jogado. Como diria o poeta digital desconhecido: "Na internet, se você não sabe quem é o produto, provavelmente é você". E essa, infelizmente, não é teoria da conspiração — é manual de sobrevivência.