
Parece que a internet nunca cansa de inventar histórias, não é mesmo? Dessa vez, a vítima da vez foi Preta Gil. Viralizou nas redes sociais uma suposta carta escrita pela artista antes de sua morte — um texto cheio de arrependimento e pedidos de desculpas direcionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Só tem um detalhe: é mentira da grossa.
O documento, que supostamente teria sido redigido por Preta, circulou em grupos de WhatsApp e ganhou asas no X (antigo Twitter). Nele, a cantora — que sempre foi crítica ao bolsonarismo — aparecia se retratando por suas posições políticas. Convenhamos, quem acompanhou a trajetória dela sabe que isso não faz o menor sentido.
Como a fake news se espalhou?
Primeiro, apareceu num perfil obscuro de fãs de Bolsonaro. Depois, como sempre acontece, os apoiadores do ex-presidor abraçaram a narrativa como se fosse verdade absoluta. Alguns até usaram a suposta carta como "prova" de que "o arrependimento bateu na porta da esquerda".
O problema? A família de Preta Gil já veio a público desmentir a história toda. Em nota oficial, classificaram o conteúdo como "uma falsificação grosseira e desrespeitosa". E não é pra menos — usar o nome de alguém que já partiu pra alimentar brigas políticas é, no mínimo, de uma baixeza sem tamanho.
Por que esse tipo de mentira pega?
Ah, a velha receita: mexe com emoções, reforça preconceitos e cai como uma luva pra quem já acredita em certas narrativas. Esse caso específico junta dois ingredientes que viralizam fácil:
- O nome de uma personalidade querida
- Uma suposta "redenção política" que agrada a certos grupos
E assim, sem qualquer verificação, a mentira vai se espalhando — principalmente entre quem quer acreditar que ela é verdade.
Jornalistas e veículos de checagem já confirmaram: não há registro algum dessa carta. Nada em arquivos pessoais, nada com a família, nada com os advogados dela. Só mesmo na imaginação fértil de quem criou essa farsa.
O perigo das fake news pós-morte
Isso não é novidade, infelizmente. Já aconteceu com Marielle Franco, com Paulo Gustavo, e agora com Preta Gil. Parece que certas pessoas não têm o menor pudor em usar a morte alheia pra empurrar narrativas políticas.
O pior? Muita gente cai. Compartilha sem pensar. Ajuda a espalhar a mentira — e no fim, quem sofre é a família e os amigos do falecido, que têm que lidar com mais essa dor de cabeça em meio ao luto.
Fica o alerta: antes de compartilhar qualquer coisa, especialmente sobre quem já não está aqui pra se defender, pare. Respire. Cheque a fonte. No mundo de hoje, onde qualquer um inventa qualquer coisa, desconfiar é quase um dever cívico.