
Não é fácil ser a primeira-dama da França — ainda mais quando boatos absurdos te perseguem como sombras. Brigitte Macron, esposa do presidente Emmanuel Macron, decidiu dar um basta. Depois de engolir sapos por anos, ela resolveu processar quem espalha a mentira de que seria uma mulher trans.
Parece piada, mas não é. Desde que o marido assumiu o poder em 2017, teorias da conspiração sobre sua identidade de gênero viralizam como gripe em inverno. Agora, a justiça francesa vai ter trabalho para desembaralhar esse novelo de absurdos.
O boato que não quer calar
Nas profundezas da internet — onde o bom senso muitas vezes vai morrer — circula a história maluca de que Brigitte teria nascido homem. Alguns "especialistas" em Photoshop até "analisam" fotos antigas, procurando supostos "indícios". Coisa de quem tem tempo sobrando, não?
O pior é que essa lorota ganhou asas. De grupos extremistas a políticos de oposição, muita gente usou a fake news como arma política. Até livros foram publicados com essa bobagem. Dá pra acreditar?
Processo é resposta a anos de ataques
Fontes próximas ao Palácio do Eliseu contam que Brigitte resistiu por anos antes de agir. "Ela sempre priorizou a discrição", diz um assessor. Mas tudo tem limite. Quando os ataques começaram a afetar sua família — incluindo os netos — a primeira-dama pisou no acelerador.
O processo visa identificar e punir os principais difamadores. Na mira estão perfis anônimos em redes sociais e alguns veículos de extrema-direita conhecidos por espalhar desinformação. A estratégia jurídica? Rastrear os rastros digitais até os responsáveis.
Transfobia disfarçada de curiosidade
Especialistas em direitos humanos alertam: por trás do "boato inocente" esconde-se pura transfobia. "É a velha tática de usar minorias como armas políticas", analisa a antropóloga Claire Dubois. Pior: a narrativa reforça estereótipos perigosos sobre pessoas trans.
Nas ruas de Paris, a população parece dividida. Enquanto uns acham a ação de Brigitte exagerada, outros aplaudem. "Se fosse com minha avó, eu também processava", dispara o estudante Lucas, 22. Já a aposentada Marie, 68, suspira: "Política sempre foi suja, mas isso já passou dos limites".
Enquanto o processo segue seu curso, uma coisa é certa: a era da impunidade para fake news pode estar com os dias contados. Brigitte Macron — seja qual for sua história — acabou de virar símbolo involuntário dessa batalha. Resta saber se a justiça francesa conseguirá frear essa avalanche de desinformação.