O que acontece quando a fé, aquela força tão bonita e pessoal, é desviada por uma mentira sem pé nem cabeça? A resposta, infelizmente, está em Canindé, no Ceará, e é de cortar o coração.
Um boato digital, daqueles que se espalham como rastro de pólvora nos grupos de WhatsApp, convenceu uma multidão de fiéis de que os ladrilhos da estátua de São Francisco das Chagas tinham poderes milagrosos. Acredite se quiser: espalhou-se que um chá feito com o pó desses azulejos seria a cura para todo tipo de doença.
O resultado? Foi uma cena de pura comoção coletiva, mas para o lado errado. Em vez de oração, as pessoas foram com alicates, martelos e até as próprias mãos para arrancar pedaços da estátua. Uma verdadeira debandada em busca de uma solução mágica que, no final das contas, só causou destruição.
As Consequências de uma Crença Cega
O santuário, normalmente local de paz e reflexão, se transformou num cenário de caos. Vídeos que circulam nas redes sociais – e é melhor nem repassar, pra não dar mais ibope pra mentira – mostram o momento em que pedaços do revestimento são arrancados. A estrutura da imagem, que fica no pátio externo, ficou seriamente comprometida.
É aquela coisa: a intenção até pode ser boa, mas o estrago é real e concreto. A administração do local ficou, claro, em estado de choque. E não é pra menos. Além do prejuízo material, há uma profunda tristeza pelo significado do ato: uma fé transformada em vandalismo por pura desinformação.
A Reação das Autoridades
Dois braços do poder público acionaram os seus mecanismos. A Polícia Civil abriu um inquérito para tentar descobrir a origem do boato maldito. Afinal, alguém começou essa história. E espalhar notícia falsa que resulta em destruição de patrimônio é crime, e das coisas sérias.
Já a prefeitura local emitiu um alerta máximo, um comunicado urgente deixando claro: não há nenhum fundamento, nenhum fato que comprove tal lenda. É invenção pura. Eles praticamente suplicam para que as pessoas não continuem a praticar esse ato, pedem que a população preserve o patrimônio que é, no fim do dia, de todos.
É um daqueles casos que a gente fica pensando: como é que alguém acredita numa coisa dessas? Mas aí a gente lembra do poder que uma fake news tem – e cala a boca. A igreja, é claro, está arrasada. O franciscano que administra o local não esconde a decepção. Ele reforçou que a verdadeira fé não precisa de destruição, e sim de respeito e amor ao próximo.
Enquanto a polícia não prende o responsável por inventar essa história, o que resta é um trabalho de formiga: conscientizar, alertar e pedir bom senso. Em tempos de informação rápida, às vezes o que mais falta é um pouquinho de dúvida antes de compartilhar.
