Operação da PF desmonta esquema de desvio milionário da saúde em Bebedouro (SP)
PF prende envolvidos em desvio de verbas da saúde em Bebedouro

Era uma terça-feira comum em Bebedouro até que os agentes federais chegaram com mandados na mão e uma certeza: alguém estava brincando com o dinheiro que deveria salvar vidas. A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta manhã a Operação Saúde Vigilante, que mira um esquema de desvio de recursos públicos na área da saúde — dinheiro que sumia como água entre os dedos.

Segundo as investigações — que começaram com uma denúncia anônima, daquelas que deixam o café da tarde mais interessante —, o prejuízo pode chegar a R$ 3,5 milhões. Um verdadeiro balaio de gato envolvendo contratos superfaturados, notas fiscais frias e serviços que existiam só no papel.

Os suspeitos da vez

Não eram amadores. A quadrilha, segundo a PF, agia com uma cara de pau digna de filme de Hollywood:

  • Ex-gestores públicos com contas no exterior
  • Empresários que trocavam Mercedes zero por ambulâncias fantasmas
  • Laranjas tão descarados que até assinavam documentos com o próprio CPF

"Tinha dinheiro que voltava para o caixa em forma de propina antes mesmo de ser gasto", contou um delegado que pediu para não ser identificado — afinal, nesse jogo, anonimato é questão de segurança.

O rastro de papel

Os investigadores encontraram:

  1. Computadores com planilhas detalhando "comissões" (leia-se: propinas)
  2. Contratos com valores até 400% acima do mercado
  3. Notas fiscais de equipamentos médicos que nunca chegaram aos postos de saúde

E o pior? Enquanto isso, pacientes reais enfrentavam filas intermináveis e falta de medicamentos básicos. Uma ironia cruel que deixou até os policiais mais experientes com um nó na garganta.

Próximos capítulos

A PF já adiantou que isso é só o começo. Com os celulares apreendidos, a expectativa é desvendar uma rede que pode se estender por outras cidades do interior paulista. Enquanto isso, os envolvidos responderão por:

  • Formação de quadrilha
  • Lavagem de dinheiro
  • Peculato (aquele crime chique que só servidor público comete)

Moradores ouvidos pela reportagem nem sabiam se riam ou choravam: "A gente sempre desconfiou, mas ver a bandidagem descarada assim dói", disse Dona Maria, aposentada que frequenta a UPA local.