Ex-diretor da ALEP confessa esquema de corrupção e promete devolver R$ 2,58 milhões aos cofres públicos
Ex-diretor da ALEP confessa corrupção e devolve R$ 2,58 mi

Numa reviravolta que chocou o cenário político paranaense, Abib Miguel, ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), confessou nesta segunda-feira (28) seu envolvimento em um esquema de corrupção que desviou milhões dos cofres públicos. O acordo, firmado com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), inclui a devolução de R$ 2,58 milhões — grana que, segundo ele, foi obtida de forma irregular.

"Não tem como justificar o injustificável", admitiu Miguel, em tom contrito, durante coletiva. O ex-diretor, que ocupou cargos de confiança por anos, agora encara as consequências de atos que, nas suas próprias palavras, "mancharam a credibilidade da casa".

Os detalhes do esquema

O caso veio à tona após investigações minuciosas do MP-PR, que descobriu uma rede de desvios em contratos superfaturados. Documentos internos — aqueles que Miguel pensou que nunca veriam a luz do dia — revelaram transferências suspeitas para empresas de fachada. Dinheiro que deveria ir para serviços públicos acabou em contas particulares.

E não foi pouco: estamos falando de quase R$ 3 milhões. Uma fortuna que poderia ter sido investida em saúde, educação ou infraestrutura. "É revoltante", comentou um servidor público que preferiu não se identificar. "Enquanto a gente se mata de trabalhar, tem gente enchendo o bolso."

O acordo e as consequências

Miguel aceitou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), evitando assim uma ação penal — mas não sem antes encarar o tribunal da opinião pública. Além da restituição, ele terá que colaborar com as investigações, o que pode puxar o fio de uma meada ainda maior.

Será que outros nomes surgirão? O MP não descarta a possibilidade. "Isso é só a ponta do iceberg", sussurrou um promotor nos bastidores.

Enquanto isso, na ALEP, o clima é de constrangimento. Como explicar aos eleitores que um dos seus altos funcionários agiu assim? A resposta, se é que existe uma, ainda está por vir.