
O mundo voltou a prestar atenção no leste europeu nesta terça-feira, e não é para menos. As coisas escalaram de um jeito que ninguém esperava — pelo menos não tão rápido. De um lado, a Rússia, com aquele ar de quem exibe um troféu, anunciou ter testado com sucesso mais um daqueles mísseis que parecem saídos de um filme de ficção científica: o Zircão. Do outro, a Ucrânia, que claramente não ficou impressionada, decidiu responder na mesma moeda — mas com juros.
E que resposta. Não uma, nem duas: foram 90 drones enviados em uma única noite sobre território russo. Sim, você leu certo. Noventa. A maior ofensiva do tipo desde que essa guerra desgraçada começou. Os alvos? Instalações energéticas, principalmente. E pelo que se soube, causaram um estrago danado — deixando milhares sem luz na região de Krasnodar, inclusive perto da base naval de Novorossiysk.
O Show de Força Tecnológica de Moscou
O Ministério da Defesa russo não escondeu a satisfação. O teste do míssil hipersônico Zircão, aquele que voa a nove vezes a velocidade do som e é praticamente impossível de ser interceptado pelas defesas atuais, foi um sucesso. Eles dispararam a coisa de um navio no Mar de Barents, lá no Ártico, e acertaram um alvo a mais de 900 km de distância, no Mar Branco. Precisão cirúrgica, como gostam de dizer.
Putin, é claro, já havia chamado o Zircão de parte de uma nova geração de armas «invencíveis». Mas será mesmo? Especialistas ocidentais sempre torcem o nariz para essas declarações, questionando a real capacidade operacional — e não apenas de demonstração — desses arsenais. A pergunta que fica é: isso é um avanço genuíno ou apenas mais um jogo de propaganda para assustar o Ocidente?
A Resposta Ucraniana: Volume e Ousadia
Enquanto os russos comemoravam seu teste, os ucranianos botavam a mão na massa — ou melhor, nos controles. Noventa drones! A magnitude do ataque é um recado claro: «não nos intimidamos com demonstrações de poder». E o foco em infraestrutura energética é estratégico — e doloroso. Golpeia a logística e a economia, que sustentam o esforço de guerra.
Fontes de inteligência ocidentais sussurram que a Ucrânia está ficando cada vez melhor nisso. Os drones são mais baratos, produzidos localmente muitas vezes, e causam um dano desproporcional ao custo. É a guerra do século XXI na sua forma mais crua: assimétrica, tecnológica e implacável.
O governo de Volodymyr Zelensky, como era de se esperar, não comentou oficialmente o ataque. Um silêncio que fala mais alto que mil palavras. Já os russos, admitiram a investida, mas — pasme — garantiram que interceptaram a esmagadora maioria dos drones. A conta não fecha, claro. Se interceptaram tantos assim, por que houve tantos incêndios e blecautes reportados?
O Que Isso Tudo Significa?
Para o observador casual, pode parecer apenas mais uma troca de golpes em um conflito que já se arrasta por anos. Mas olhe mais de perto. Este duelo específico — um míssil hipersônico de um lado, uma enxame de drones do outro — é a materialização pura da disputa atual. A Rússia investe em armas caríssimas, complexas e de alto impacto psicológico. A Ucrânia, com criatividade e recursos limitados, aposta em volume, persistência e alvos estratégicos.
É uma partida de xadrez perigosa, onde cada movimento calculado provoca uma resposta imediata. E o tabuleiro, infelizmente, é a vida de milhões de pessoas. A comunidade internacional observa, preocupada, sabendo que cada escalada dessas diminui as já frágeis chances de uma solução diplomática no curto prazo.
Uma coisa é certa: o inverno pode estar chegando ao fim, mas o clima entre as duas nações permanece gelado. E a tendência, pelo visto, é só piorar.