
Era como se o tempo tivesse congelado desde a última vez que sentaram à mesma mesa. Sete semanas se passaram — sete semanas de bombardeios, discursos inflamados e um silêncio que pesava mais que o inverno ucraniano. Mas eis que, nesta terça-feira, algo mudou.
Na cidade turca de Istambul, longe dos campos de batalha, diplomatas russos e ucranianos finalmente voltaram a se encarar. Não era exatamente um reencontro de amigos, claro. Os apertos de mão foram rápidos, os sorrisos, raros. Mas estava lá: aquela frágil esperança de que, talvez, desta vez…
O que está em jogo?
Segundo fontes próximas às negociações (que preferiram não ter seus nomes estampados), os pontos principais são:
- Garantias de segurança: Kiev quer algo mais concreto que promessas em papel molhado
- Status das regiões separatistas: Aquela velha questão que já dura oito anos
- Rotas humanitárias: Porque civis continuam pagando o preço mais alto
Não espere milagres, porém. Um diplomata europeu, entre um gole de café turco e outro, resumiu: "É como tentar consertar um avião em pleno voo — com os passageiros ainda lá dentro."
Por que agora?
Ah, essa é a pergunta de um milhão de dólares! Alguns analistas acreditam que:
- A Rússia sentiu o peso das sanções — e elas doem mais que o inverno em Moscou
- A Ucrânia provou que não seria uma vitória fácil como o Kremlin imaginava
- A Turquia, esse jogador silencioso, tem sido mais útil que a ONU nos últimos meses
Mas atenção: ninguém está cantando vitória ainda. Como me disse um veterano das relações internacionais: "Negociações de paz são como novelas mexicanas — quando você acha que acabou, sempre tem mais um capítulo."
Enquanto isso, nas ruas de Kiev, Mariupol e Kharkiv, a vida — ou o que sobrou dela — continua. Com ou sem acordo, o preço já foi pago. E não há mesa de negociação que apague essas marcas.