Por que o Irã não usou seu trunfo no Estreito de Ormuz após ataques de Israel e EUA?
Irã e Estreito de Ormuz: por que não houve retaliação?

Em meio às tensões recentes entre o Irã, Israel e os Estados Unidos, uma questão chama a atenção: por que o Irã não usou seu principal trunfo geopolítico — o controle sobre o Estreito de Ormuz — como resposta aos ataques?

O Estreito de Ormuz é uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo, por onde passa cerca de 20% do petróleo global. Qualquer interrupção ali teria impactos econômicos devastadores, elevando os preços do barril e afetando a economia mundial.

Os motivos por trás da decisão iraniana

Especialistas apontam três razões principais para a postura cautelosa do Irã:

  1. Risco de isolamento internacional: Um bloqueio no Estreito de Ormuz poderia unir até mesmo rivais regionais contra o Irã, incluindo países árabes e potências ocidentais.
  2. Impacto na própria economia iraniana: O país também depende da rota para exportar seu petróleo, e uma crise prolongada afetaria suas já frágeis finanças.
  3. Estratégia de longo prazo: O governo iraniano parece preferir uma resposta calculada, evitando uma escalada militar direta que poderia levar a consequências imprevisíveis.

O jogo geopolítico por trás do petróleo

Analistas destacam que o Irã tem usado sua influência no Estreito de Ormuz como uma carta de barganha em negociações diplomáticas, especialmente em relação ao programa nuclear. Uma ação mais agressiva poderia prejudicar essas tratativas.

Além disso, o país tem buscado alternativas para contornar sanções econômicas, como acordos comerciais com a China e a Rússia, reduzindo a dependência do Ocidente.

Enquanto isso, a comunidade internacional acompanha com atenção os próximos movimentos do governo iraniano, ciente de que qualquer mudança na situação do Estreito de Ormuz pode desencadear uma crise global.