
Era pra ser mais um dia normal em Mariana, mas o vazamento de soda cáustica na tarde desta quarta (14) botou a cidade em alerta. O produto químico — daqueles que fazem até o aço chorar — escorreu pra um córrego que deságua no Rio Doce. E aí, todo mundo pensou: "Lá vem história ruim de novo".
Mas calma! O governo de Minas foi rápido no gatilho. Antes que o pânico se espalhasse feito rastro de pólvora, o governador de Valadares soltou nota garantindo que não há risco pra água que abastece a região. "Monitoramos 24h por dia", disse ele, com aquele tom de quem tá segurando a bronca.
O que aconteceu exatamente?
Perto das 15h, um caminhão baú — daqueles que transportam produtos pra indústria — derrapou feio numa curva da MG-129. A carga? Só uns 15 mil litros de soda cáustica (suficiente pra deixar qualquer químico de cabelo em pé). Parte vazou, escorreu pro córrego Santana e... você já sabe o resto.
- Equipes da Defesa Civil chegaram em 40 minutos — tempo recorde pra região
- Barreiras de contenção foram instaladas antes do produto chegar no Rio Doce
- Agricultores ribeirinhos receberam alerta pra não usar água dos poços por 48h (só por precaução)
E olha só que ironia: o acidente aconteceu a menos de 5 km do local do rompimento da barragem da Samarco em 2015. Coincidência? O prefeito de Mariana evitou comentar, mas deu pra ver nos olhos dele que a memória ainda dói.
E agora, José?
Pra quem mora em Governador Valadares — cidade que bebe literalmente do Rio Doce —, a notícia aliviou. A Companhia de Saneamento (Copasa) garantiu que os sistemas de tratamento tão dando conta do recado. "pH normal, turbidez ok e zero cheiro estranho", relatou um técnico que pediu pra não ser identificado.
Mas tem gente que não se convence só com boletim técnico. Dona Maria, dona de mercearia há 30 anos, me contou enquanto arrumava as goiabadas na prateleira: "Aqui a gente aprendeu a desconfiar até da própria sombra. Vou continuar filtrando a água como minha avó me ensinou".
Enquanto isso, o caminhoneiro — que saiu ileso do acidente — deve responder por dano ambiental. A multa? Pode chegar a R$ 50 mil. E olha que a empresa já soltou nota dizendo que "todos os protocolos foram seguidos". Só esqueceram de avisar a curva, né?