
Não é exagero dizer que Gaza parece ter virado o cenário de um pesadelo distópico. As ruas, antes movimentadas, agora são cortadas por crateras de bombas. Prédios desmoronados como castelos de areia, carros virados como brinquedos quebrados — a paisagem é de um caos que dói nos olhos.
Quem acompanha de longe talvez não consiga dimensionar o tamanho da tragédia. Mas os números falam por si: mais de X mortos (e contando), Y feridos, Z desabrigados. São vidas viradas de cabeça pra baixo num piscar de olhos.
O dia a dia no inferno
Acordar em Gaza hoje é como jogar roleta russa. Não se sabe se o barulho que vem lá fora é um carro passando ou mais um ataque aéreo. As famílias se espremem em porões úmidos, dividindo migalhas de pão e histórias de um passado que parece cada vez mais distante.
"A gente virou refém duas vezes", conta um morador que prefere não se identificar. "Refém do conflito e refém do medo." A frase corta como faca.
O preço humano
- Crianças que deveriam estar na escola agora conhecem o som de sirenes melhor que as tabuadas
- Hospitais funcionando no limite — quando funcionam — com falta de tudo, até de esperança
- Pais enterrando filhos, invertendo a ordem natural da vida
E no meio disso tudo, a política internacional parece um jogo de xadrez onde as peças são vidas humanas. Enquanto líderes discutem estratégias em salas refrigeradas, em Gaza o ar é pesado — e não só pela poeira das explosões.
O que vem pela frente?
Difícil prever. O cessar-fogo parece sempre "quase lá", mas nunca chega de fato. A comunidade internacional oscila entre discursos inflamados e uma inércia que envergonha.
Uma coisa é certa: as cicatrizes dessa guerra vão demorar gerações para sarar. E não falo só dos escombros que um dia foram casas, mas daquelas marcas invisíveis que carregam os sobreviventes.
Enquanto isso, Gaza respira fumaça e chora seus mortos. O mundo assiste — alguns com indiferença, outros com um nó na garganta. E a pergunta que não quer calar: até quando?