Flotilha Rumo a Gaza Interrompe Missão: Mau Tempo Força Retorno a Barcelona
Flotilha a Gaza retorna a Barcelona devido a mau tempo

Era para ser uma missão de esperança, um gesto de solidariedade que cortaria os mares. Mas o Mediterrâneo, caprichoso e impiedoso, tinha outros planos. A flotilha que partiu da Turquia com destino à sitiada Faixa de Gaza encontrou seu primeiro grande inimigo antes mesmo de chegar perto da zona de conflito: a fúria dos elementos.

Os três navios, carregados não só de suprimentos mas de uma carga pesada de expectativa, foram surpreendidos por uma tormenta que não dava trégua. Ventos fortes, ondas altas – uma daquelas situações que faz até marinheiro experiente tremer na base. A decisão, ainda que dolorosa, foi a única possível: abortar a missão.

Rumo a Barcelona, não a Gaza. A mudança de rota foi anunciada pela ONG Ship4Humanity, uma das organizadoras do comboio. Eles não tiveram escolha. A embarcação principal, o ‘Handala’, sofreu avarias significativas. Açodado pelo mar bravio, o barco precisará de reparos sérios antes de qualquer nova tentativa. E adivinhem para onde estão voltando? Exatamente: o porto de Barcelona, de onde haviam zarpado no último sábado.

Pausa forçada. Parada técnica. Chamem como quiserem, mas a verdade é que o sonho de romper o bloqueio marítimo a Gaza – mesmo que simbolicamente – foi adiado. A previsão era que a viagem até a costa palestina levasse cerca de três semanas, mas nem saíram direito do ‘quintal’ europeu.

O Que Isso Significa?

Mais do que um simples contratempo logístico, essa interrupção joga um balde de água fria – literalmente – nos esforços de activistas que tentam chamar a atenção para a crise humanitária em Gaza. É um lembrete cruel de como até os actos mais nobres podem ser frustrados por forças completamente alheias ao conflito humano.

O consórcio de ONGs por trás da iniciativa, a ‘Coalizão Flotilha da Liberdade’, agora se vê obrigado a replanejar tudo. Voltar à estaca zero, ou quase. E o tempo, esse velho inimigo de quem precisa agir, continua correndo – para os palestinos em Gaza, cada minuto de delay é uma eternidade.

Uma pena, não é? O mundo precisa mais do que nunca de gestos que cortem o cerco do desespero. Mas por ora, os navios estão de volta. A esperança, contudo, segue ancorada, esperando por melhores ventos.