
Era pra ser mais um dia comum na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), mas a bomba estourou: a Justiça Federal derrubou as cotas para pessoas trans — e aí, meu povo, o bicho pegou. A reitoria, claro, não ficou de braços cruzados. Meteu um recurso no tribunal com gosto de revolta e um tanto de esperança.
"Isso aqui é retrocesso puro", soltou um professor que prefere não se identificar — e não é pra menos. Desde 2020, a política dava uma forcinha pra travestis e transexuais entrarem no ensino superior. Agora? Voltamos à estaca zero.
O pulo do gato judicial
O juiz federal Rafael Paulo Soares Pinto — esse nome todo — alegou que a medida "feria o princípio da isonomia". Sabe aquele papo de "todos são iguais perante a lei"? Pois é. Só que a vida real, meu caro, é outra história.
- Ação movida por um grupo de advogados em 2023
- Decisão saiu agora em agosto, pegando todo mundo de surpresa
- FURG tem 30 dias pra apresentar defesa robusta
"A gente tá falando de vidas, não de números", dispara Maria (nome fictício), aluna trans que entrou pelo sistema. Ela me contou, com voz embargada, como as cotas "mudaram tudo" — da autoestima à chance de sonhar.
Números que falam (alto)
Desde que a política virou realidade:
- 17 pessoas trans ingressaram na FURG
- Taxa de evasão caiu 62% nesse grupo
- 3 já se formaram — coisa que parecia ficção científica antes
Mas o juiz, parece, não viu esses dados. Ou viu e relevou — difícil dizer. O que sei é que a Defensoria Pública já avisou: vai entrar na briga também. "Isso é questão de direitos humanos básicos", soltou um defensor, com aquela cara de quem tá pronto pra guerra.
E agora, José?
Enquanto o recurso não é julgado, fica o vácuo. Os candidatos trans pra próximo vestibular tão na corda bamba — sem saber se podem contar com a política ou não. "É desumano", resmunga uma militante lá do fundo da sala.
Ah, e detalhe: a FURG foi pioneira nisso no RS. Se a decisão se mantiver, pode criar um efeito dominó assustador. Outras universidades já estão de olho, com medo de ações parecidas.
No meio do furacão, uma pergunta que não quer calar: até quando vamos tratar direitos como privilégios? Mas isso, amigos, é conversa pra outro dia...