Há exatos 10 anos, os Estados Unidos viveram um marco histórico para os direitos civis: a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o território nacional. A decisão da Suprema Corte em 26 de junho de 2015 representou o ápice de uma emocionante jornada judicial iniciada por um viúvo em busca de reconhecimento.
O caso que mudou a história
Tudo começou com Jim Obergefell, um homem do Ohio que, após perder o parceiro John Arthur para uma doença degenerativa, travou uma batalha legal para ser reconhecido como viúvo na certidão de óbito. O casal havia se unido oficialmente em Maryland, onde o casamento gay já era permitido, mas seu estado natal se recusava a validar a união.
"Eu simplesmente queria que nosso amor fosse reconhecido", declarou Obergefell em entrevistas. Seu caso se tornou símbolo da luta por igualdade e acabou sendo analisado pela mais alta corte do país junto com outros três processos semelhantes.
Vitória na Suprema Corte
Em uma decisão apertada (5 votos a 4), os juízes determinaram que a Constituição garante o direito ao casamento a casais do mesmo sexo, tornando inconstitucionais as proibições estaduais. O voto decisivo coube ao juiz Anthony Kennedy, que escreveu:
"Nenhuma união é mais profunda que o casamento, pois incorpora os mais altos ideais de amor, fidelidade, devoção, sacrifício e família".
Impacto uma década depois
Nos 10 anos desde a decisão:
- Mais de 1 milhão de casais do mesmo sexo se casaram nos EUA
- A aprovação pública ao casamento gay saltou de 57% para 71%
- 35 estados já haviam legalizado a união antes da decisão federal
Apesar dos avanços, ativistas alertam para novos desafios, como projetos de lei estaduais que ameaçam direitos LGBTQIA+ sob o argumento de "liberdade religiosa". Obergefell, hoje um símbolo da causa, segue militante: "A igualdade nunca é permanente, temos que defendê-la todos os dias".
