
Numa tarde comum em Brasília, um Fusca azul — desses antigos, cheios de personalidade — chamou a atenção durante uma operação de rotina da Polícia Militar. O que parecia ser mais uma blitz de trânsito transformou-se em momento de humor involuntário quando os agentes descobriram quem era a proprietária do veículo: ninguém menos que Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama do Brasil.
O episódio, digno de roteiro de comédia, aconteceu na quarta-feira (10) por volta das 15h30, numa via movimentada da capital federal. Segundo testemunhas, os PMs conduziam revista aleatória quando se depararam com o clássico automóvel — modelo que, ironicamente, já foi símbolo de simplicidade em campanhas políticas passadas.
E foi então que a situação ganhou contornos surrealistas. Um dos policiais, reconhecendo a motorista, soltou uma pérola que resume o absurdo dos últimos anos na política brasileira: "Vim conferir se o Jair não estava escondido aqui atrás", brincou, referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O que realmente aconteceu durante a abordagem?
A revista — vamos deixar claro — foi rápida e tranquila. Nada de drama ou constrangimento excessivo. Michelle colaborou com os agentes, que fizeram verificação de documentação e breve inspeção visual no veículo. Nenhuma irregularidade foi encontrada, e o Fuska seguiu caminho poucos minutos depois.
Mas a cena, é claro, não passou despercebida por quem estava por perto. Celulares surgiram como por encanto, registrando tudo. Em questão de minutos, as redes sociais já fervilhavam com vídeos e comentários — alguns críticos, outros achando graça da situação.
E o que dizem as autoridades?
O Comando da PM-DF emitiu nota explicando que a ação fazia parte de operação rotineira de combate ao crime. "Todas as abordagens seguem protocolos estabelecidos, independentemente de envolvidos serem figuras públicas ou não", afirmou o comunicado, num tom quase burocrático demais para o ocorrido.
Resta saber se a escolha do Fusca foi mera coincidência ou se o carro — conhecido por ser de Michelle — despertou curiosidade especial. O fato é que a imagem de um veículo tão associado a um período político conturbado sendo revistado em plena via pública não poderia ser mais simbólica.
Nas redes, as reações variaram do indignado ao cômico. Teve quem visse abuso de autoridade, quem achasse justíssimo — "ninguém deve ser acima da lei" — e quem simplesmente risse da situação. Um usuário lembrou que "antes era o Palácio do Planalto, agora é um Fusca", numa referência não tão sutil à mudança de endereço dos Bolsonaro.
O episódio, ainda que menor, ilustra como a vida política brasileira continua cheia de momentos que parecem saídos de roteiro surreal. E deixa no ar a pergunta: em que outro país uma cena dessas pareceria normal?