
Não é de hoje que as ocupações estudantis acendem debates acalorados pelo país. E agora, com a posse da nova presidente da UNE, o tema volta à tona com força total. A recém-eleita, de punho erguido e discurso firme, não faz rodeios: "Quando as portas se fecham, as ocupações se abrem".
Numa entrevista que mais parece um manifesto, ela dispara: "Não estamos pedindo licença pra lutar pelo que é nosso por direito". E deixa claro que, na visão da entidade, ocupar não é vandalismo — é resistência. "Quem nunca sentiu o gosto amargo da negligência educacional que atire a primeira pedra", provoca.
O outro lado da moeda
Mas nem todo mundo compra essa narrativa. Enquanto estudantes comemoram a posição combativa, alguns especialistas torcem o nariz. "Há formas mais construtivas", argumenta um sociólogo, que prefere não se identificar. "O problema é quando a tática vira fim, não meio", completa, com aquele tom de quem já viu essa história antes.
Nas redes sociais, o assunto divide opiniões. De um lado, memes comparando ocupações a revoluções históricas. De outro, vídeos de pais reclamando de aulas perdidas. E no meio disso tudo, uma pergunta que não quer calar: até onde vai o direito à protesto?
Contexto que explica (quase) tudo
Pra entender a treta, precisa voltar uns anos. Desde 2013, o movimento estudantil brasileiro ressurgiu com força — e as ocupações viraram marca registrada. Algumas conquistaram melhorias reais; outras terminaram em confusão. "Cada caso é um caso", defende uma veterana das ocupações, enquanto arruma os panfletos no chão de mais uma assembleia.
O clima nas universidades? Tensão criativa. Enquanto alguns alunos planejam próximos atos, outros só querem saber quando as aulas voltam ao normal. E a nova presidente da UNE, no olho do furacão, parece disposta a bancar o papel de vilã pra uns e heroína pra outros.
Uma coisa é certa: esse capítulo da educação brasileira está longe do fim. E como dizem por aí, quando a caneta não resolve, o povo inventa jeito — mesmo que seja sentando no chão da reitoria.