Operação do INSS: Corte de Benefícios Dispara um Mês Antes da PF Invadir a Autarquia
INSS cortou 135 mil benefícios antes de operação da PF

Parece que o cheiro de pólvora chegou antes dos agentes federais. Em um depoimento que deixou os parlamentares da CPI dos Atos Golpistas com os cabelos em pé, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) soltou uma bomba de números. A autarquia confessou que, apenas no mês de abril, promoveu um verdadeiro expurgo em seus sistemas, cortando nada menos que 135.636 benefícios por incapacidade – o popular auxílio-doença.

E qual a coincidência, não? Ou seria estratégia? Esse número astronômico de cancelamentos aconteceu exatamente um mês antes de a Polícia Federal (PF) colocar os pés no prédio do INSS. A operação, que rolou em maio, tinha como alvo justamente um esquema de fraude em laudos médicos para obter esses benefícios de forma ilegal.

Os Números que Falam por Si

Vamos aos dados, que são de cair o queixo. A média mensal de cortes? Algo em torno de 90 mil. Mas em abril, o número disparou para mais de 135 mil – um aumento de quase 50% do dia para a noite. Isso não é apenas uma flutuação, é um tsunami administrativo. Alguém lá dentro apertou o botão de emergência.

O depoimento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi um verdadeiro malabarismo retórico. Ele tentou justificar a limpeza generalizada citando uma «busca ativa» e a «revisão de benefícios por incapacidade». Mas, cá entre nós, todo mundo na CPI entendeu o recado. Foi uma corrida contra o relógio para tentar tapar o sol com a peneira antes que a PF batesse à porta.

O que Isso Tudo Significa?

Para o cidadão comum, a história é clara. Enquanto milhões de brasileiros lutam na fila para conseguir um benefício legítimo, uma máfia de médicos e servidores corruptos enriquecia às custas do erário. A PF desmontou um esquema que operava há anos, com laudos falsos sendo vendidos abertamente.

O pior de tudo? A sensação de que a casa estava ardendo e a diretoria do INSS decidiu primeiro esconder as provas do incêndio, em vez de apagá-lo. Aquele movimento clássico de quem foi pego de surpresa e tentou, às pressas, arrumar a bagunça. Só que, desta vez, os números não mentem e a conta não fechou.

O que vai sair disso tudo? A CPI promete continuar com as investigações. E agora, com essa revelação bombástica, o INSS terá muito mais a explicar. A justiça, como sempre, chega devagar. Mas, pelo visto, ela está chegando.