Mercosul e EFTA fecham acordo histórico: o que muda para a economia brasileira?
Mercosul e EFTA fecham acordo comercial histórico

Eis que o velho continente e a vibrante América do Sul finalmente costuram um entendimento que promete abrir fronteiras — literalmente. No próximo 16 de agosto, em Reykjavik, Islândia, Mercosul e EFTA (aquele bloco formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) assinam um acordo comercial que há anos era só promessa.

Não é pouca coisa. Juntos, esses países representam um PIB de US$ 2,2 trilhões — um mercado gigantesco que agora fica mais acessível para produtos brasileiros. E olha, o timing não poderia ser mais estratégico.

O que entra de graça (ou quase)

Praticamente todos os produtos industriais terão tarifa zero. Sim, você leu certo. Mas não para por aí: o setor agrícola — nosso carro-chefe — ganha acesso privilegiado a mercados que pagam bem por qualidade.

  • Café, suco de laranja e frutas tropicais: tarifas eliminadas
  • Carnes bovina, de frango e suína: cotas ampliadas significativamente
  • Produtos madeireiros e pescados: benefícios imediatos

E tem mais. A EFTA vai liberar 100% das importações de produtos industriais do Mercosul. Uma via de mão dupla que beneficia ambos os lados.

Não é só sobre tarifas

O acordo vai muito além da simplificação alfandegária. Inclui capítulos modernos sobre:

  1. Comércio digital — facilitando transações online
  2. Compras governamentais — abrindo concorrências públicas
  3. Propriedade intelectual — protegendo inovações
  4. Desenvolvimento sustentável — porque não dá mais para ignorar a agenda verde

Curiosamente, o texto também prevê cooperação em políticas de gênero e comércio — algo raro em acordos desse tipo.

O caminho até aqui

As negociações começaram lá em 2017, mas enfrentaram idas e vindas políticas. Só foram retomadas seriamente em 2023, quando ambos os lados perceberam que era agora ou nunca.

O Itamaraty trabalhou nos mínimos detalhes — e parece que valeu a pena. O acordo com a EFTA é visto como um "teste drive" para o mais complexo acordo com a União Europeia, ainda travado por questões ambientais.

Aliás, falando nisso… Este acordo com a EFTA inclui compromissos ambientais sólidos, vinculados ao Acordo de Paris. Um recado claro para outros parceiros comerciais.

E agora?

A assinatura no dia 16 é apenas o primeiro passo. Cada país ainda precisará ratificar internamente o acordo — processo que pode levar meses.

Mas a direção é clara: o Mercosul está buscando novos horizontes, e o Brasil pode ser um dos maiores beneficiados. Resta torcer para que os ventos políticos continuem favoráveis.

Como diria um velho diplomata: «Acordos comerciais são como jardins — exigem cuidado constante». Que este jardim floresça.