
Era pra ser um alívio temporário — aquele respiro financeiro que mantém a geladeira cheia e as contas em dia enquanto o corpo se recupera. Mas pra um operador de máquinas de 42 anos em Minas Gerais, o auxílio-doença virou fonte de angústia. Sem aviso prévio, o INSS simplesmente cortou o benefício que ele recebia há meses, justo quando uma cirurgia marcada se aproximava.
O caso — que parece saído de um pesadelo burocrático — aconteceu em Juiz de Fora. O trabalhador, que prefere não se identificar, já havia passado por três perícias médicas que confirmavam sua incapacidade. "Parece piada de mau gosto", desabafa ele, enquanto mostra a carta de suspensão recebida semana passada.
O labirinto da revisão de benefícios
Segundo fontes próximas ao caso, o problema começou quando o sistema do INSS sinalizou inconsistências no processo — algo sobre "atualização cadastral". O que ninguém explica é por que diabos resolveram tirar o tapete justo agora, com o homem já marcado pra mesa de cirurgia.
- Benefício cortado sem comunicação clara
- Cirurgia marcada para as próximas semanas
- Família depende exclusivamente do auxílio
Advogados trabalhistas que acompanham o caso torcem o nariz. "Isso aqui tá cheirando a revisão automatizada sem o devido cuidado humano", comenta um especialista que pediu anonimato. Ele lembra que, só no primeiro trimestre, mais de 15 mil benefícios foram suspensos em Minas — muitos, alegam, sem a análise individual que a lei exige.
E agora, José?
Enquanto o INSS se protege citando "processos internos", a realidade na casa do operador é de geladeira quase vazia e noites sem dormir. A mulher dele, que cuida dos dois filhos pequenos, já fez bicos de faxina, mas o dinheiro não chega nem perto do necessário.
O recado que fica? Se você tá recebendo auxílio-doença, corra atrás do seu laudo médico atualizado antes que a tesoura burocrática resolva agir. E torça — muito — pra sua revisão cair nas mãos de um analista humano, não de um algoritmo sem coração.