
Parece que o mercado financeiro resolveu dar um show de contradições nesta quarta-feira. De um lado, o dólar comercial decidiu que era hora de subir — e subiu com vontade, fechando a cotação a R$ 5,45, uma alta de impressionantes 1,5%. Do outro, a Bolsa de Valores brasileira, sempre surpreendente, não quis ficar para trás e foi lá e bateu mais um recorde histórico.
O Ibovespa, nosso principal indicador, encerrou o dia nos 128 mil pontos, um avanço de 0,8%. E olha que o dia não foi nada fácil, com os investidores praticamente grudados nas palavras de Jerome Powell, o todo-poderoso presidente do Federal Reserve.
O Discurso que Parou o Mercado
Powell falou. E o mundo financeiro ouviu. Em seu depoimento no Congresso americano, o chefe do Fed manteve um tom que podemos chamar de… bem, cauteloso. Para não dizer evasivo. Ele simplesmente evitou dar qualquer sinal claro sobre o timing dos cortes de juros nos Estados Unidos. E aí, meu amigo, quando o chefão fala assim, o mercado entra em modo de espera.
"Precisamos de mais confiança na trajetória da inflação", disse ele, com aquela calma que só os banqueiros centrais têm. Traduzindo: não espere um corte de juros para a próxima reunião. O mercado, que já estava ansioso por uma boia, teve que segurar a respiração por mais um tempo.
E o Brasil nessa História Toda?
É engraçado como um discurso lá de Washington pode virar o nosso mercado de cabeça para baixo. A moeda americana, é claro, reagiu à perspectiva de juros altos por mais tempo — o que sempre atrai capitais para os EUA. Já a bolsa brasileira, surpreendentemente, mostrou uma resiliência de dar orgulho.
Os analistas por aqui estão divididos. Uns acham que foi pura técnica — aquela velha história de que o mercado estava "oversold" e precisava de uma correção. Outros apostam que os fundamentos da economia brasileira, com perspectivas de crescimento, estão falando mais alto. A verdade? Provavelmente um pouquinho de cada coisa.
O que ninguém discute é que estamos vivendo tempos interessantíssimos no mercado financeiro. Com a Selic em 10,5% ao ano e os juros americanos possivelmente ficando altos por mais tempo, a dança dos capitais internacionais promete ser eletrizante nas próximas semanas.
Fica a pergunta no ar: será que a bolsa brasileira consegue manter esse fôlego diante de um dólar forte e um Fed hesitante? A resposta, como sempre, o tempo — e o mercado — dirão.