
Passados exatos dois meses de sua instalação, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS segue um caminho que tem gerado apreensão entre especialistas e parlamentares. A investigação, que prometia esclarecer desvios bilionários no sistema previdenciário, parece estar se perdendo em casos periféricos.
Foco nos Detalhes, Negligência no Essencial
A comissão tem dedicado tempo significativo a analisar supostas irregularidades em benefícios individuais de baixo valor, enquanto as grandes operações de fraude - que envolvem valores astronômicos - permanecem praticamente intocadas. Essa abordagem fragmentada preocupa quem esperava respostas concretas sobre os rombos que afetam milhões de brasileiros.
Estratégia Questionável e Falta de Objetividade
Analistas políticos observam que a CPMI carece de um plano de trabalho claro e objetivos bem definidos. As sessões têm sido marcadas por dispersão e pulverização de esforços, com cada parlamentar seguindo sua própria agenda em vez de um roteiro investigativo coerente.
Principais Pontos de Preocupação:
- Excesso de depoimentos sem conexão com o cerne da investigação
- Falta de aprofundamento nas grandes redes de fraude
- Ausência de cronograma claro para apurações prioritárias
- Dispersão em casos individuais de pequeno impacto
Oportunidade Perdida?
Especialistas em previdência alertam que a comissão corre o risco de se tornar mais um exemplo de investigação parlamentar que gera muito barulho e poucos resultados concretos. Com prazo determinado para funcionar, o tempo perdido com questões secundárias pode comprometer o sucesso final da apuração.
A sociedade acompanha com expectativa as investigações, esperando que a CPMI cumpra seu papel de elucidar as graves irregularidades no sistema previdenciário e aponte responsáveis pelos prejuízos aos cofres públicos.