
Eis que a poeira levantada no Senado brasileiro anuncia tempestade. A Comissão Parlamentar de Inquérito da Previdência decidiu: ninguém escapará. Todos os ex-ministros que já comandaram o INSS — sim, todos — receberão um convite formal (que soa mais como intimação) para comparecer perante os parlamentares.
Não é todo dia que se vê uma investida tão abrangente. O presidente da CPI, Otto Alencar (PSD-BA), deixou claro que a comissão quer respostas. E quer de quem esteve no comando. "Não vamos fazer escolhas", afirmou, com a serenidade de quem carrega um trunfo na manga. "Todos os ex-gestores serão convidados."
Mas o que move tanta determinação? A suspeita — ainda não devidamente comprovada, é bom lembrar — de que houve desvios de conduta, irregularidades administrativas e talvez até manobras que prejudicaram milhões de brasileiros que dependem do sistema previdenciário.
O que esperar dos depoimentos?
Os parlamentares querem entender, entre outras coisas:
- Como eram tomadas decisões sobre benefícios;
- Se houve pressão política em análises técnicas;
- E, claro, se algum dirigente agiu fora da lei.
Não será um passeio no parque para os ex-ministros. A CPI já mostrou que tem dentes — e quer usá-los.
Otto Alencar ainda ressaltou que a comissão agirá com "rigor e respeito à legalidade". Mas não esconde o tom investigativo. Afinal, o que está em jogo é a credibilidade de um dos pilares da assistência social no país.
O timing não é aleatório. A CPI da Previdência ganhou força após uma série de reportagens e denúncias sobre supostos favorecimentos, atrasos deliberados e até perseguições internas. Agora, o Congresso quer respostas. E quer nomes.
Resta saber como os ex-ministros reagirão. Alguns já sinalizaram disposição para colaborar. Outros podem tentar escapar sob argumentos jurídicos. Mas a pressão pública e política tende a ser grande.
Uma coisa é certa: o Brasil acompanhará cada sessão. Por trás de cada depoimento, há a esperança — ou o ceticismo — de quem acredita (ou desacredita) na Justiça e na política.
E você? Acha que a CPI trará resultados concretos ou será mais um capítulo na longa novela das investigações que não levam a lugar nenhum? O tempo — e o rigor das investigações — dirão.