Tarcísio afirma que tarifa é 'patriótica', mas só até certo ponto — entenda o debate
Tarcísio: "Tarifa patriótica só até certo ponto"

Numa fala que promete esquentar os debates nas redes e nos botecos, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, soltou a bomba: "Tarifa é algo patriótico, mas só até certo ponto". A declaração, dada durante um evento sobre infraestrutura, já rende memes e discussões acaloradas.

Quem acompanha o político sabe — ele não é de meias palavras. Dessa vez, porém, a afirmação parece ter caído como uma luva (ou uma pedra, dependendo de quem ouve) no meio da discussão sobre custo de vida versus desenvolvimento nacional.

Onde termina o patriotismo e começam os problemas?

"A gente tem que parar de achar que pagar caro em tudo é virtude", disparou Tarcísio, com aquela cara de quem acabou de descobrir que o cafezinho na padaria subiu de novo. "Defender produção nacional? Claro. Mas quando vira pretexto para abusos, aí a conta não fecha."

O pulo do gato — e que muita gente parece estar ignorando — é que o governador não está defendendo abertura desenfreada de mercado. Longe disso. Ele mesmo citou exemplos de setores onde a proteção faz sentido. "Indústria de defesa? Óbvio. Agora, cobrar o olho da cara por produtos básicos em nome do 'compre nacional'? Isso é tiro no pé."

  • Dados mostram que alguns setores abusam da "pátria amada" para justificar preços estratosféricos
  • Especialistas divergem sobre onde traçar a linha entre proteção legítima e cartel disfarçado
  • Consumidores reclamam que o bolso não aguenta mais discursos vazios

Numa sacada que mistura economia com psicologia de massa, Tarcísio cutucou: "Patriotismo não é cheque em branco. Quando o povo percebe que tá sendo feito de trouxa, o tiro sai pela culatra."

E os números? Eles contam outra história

Enquanto isso, nas planilhas do IBGE, a realidade dá um banho de água fria nos discursos ufanistas. Setores protegidos por décadas continuam engatinhando em produtividade, enquanto os que enfrentam competição direta — como agronegócio — viraram potências mundiais. Coincidência? Difícil acreditar.

"Tem empresa que esconde ineficiência atrás da bandeirinha", resmungou um assessor do governo, sob condição de anonimato. "Daí quando o produto chega nas prateleiras, ninguém aguenta pagar."

O debate promete render — especialmente num ano onde o governo federal tenta equilibrar a corda bamba entre estímulo à indústria e controle da inflação. Enquanto isso, nas ruas, o povão pergunta: "Até quando meu salário vai bancar ineficiência alheia?"