
Eis que o ministro Fernando Haddad, da Economia, surpreende o cenário político nesta terça-feira ao cancelar — sim, cancelar — sua tão comentada viagem à sede das Nações Unidas, em Nova York. A justificativa? Prioridades domésticas que não podem esperar.
Parece que a articulação no Congresso Nacional falou mais alto. Haddad, conhecido por seu pulso firme nas negociações, optou por ficar em Brasília para garantir os acordos necessários em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da isenção do Imposto de Renda para brasileiros residentes no exterior.
Não é pouca coisa. A votação na ONU, que pode acontecer ainda esta semana, tem implicações diretas na vida de milhares de cidadãos que vivem fora do país. Mas Haddad, estrategista que é, entendeu que o jogo real se decide aqui, nos corredores do poder.
O que está por trás da decisão?
Fontes próximas ao ministério revelam que há uma certa… como dizer… ansiedade em relação à base governista. Garantir os votos para a PEC não é brincadeira — exige presença, persuasão e, claro, uma boa dose de política old school.
Além disso, Haddad não estará sozinho na missão. Uma comitiva técnica do governo, composta por especialistas em direito tributário e relações internacionais, já está de partida para Nova York. Eles levarão na bagagem não apenas documentos, mas a estratégia definida pelo ministro.
E então? O que significa tudo isso? Basicamente, o ministro acredita que sua atuação direta no Legislativo é mais crucial do que sua presença física no plenário internacional. Uma aposta arriscada? Talvez. Mas Haddad nunca foi conhecido por evitar riscos.
Enquanto isso, a expectativa é grande. A votação na ONU pode definir novos rumos fiscais para brasileiros no exterior — e, convenhamos, ninguém quer perder esse barco. Mas Haddad, com seu jeito tranquilo e calculista, parece confiante. Será que essa jogada vai dar certo? Só o tempo — e a política — dirão.