Copom vê alívio com dólar em queda, mas mantém juro alto: 'Ainda não é hora de festa'
Copom mantém juro alto mesmo com dólar em queda

Parece que finalmente uma notícia boa chegou para a economia brasileira — e o Copom, claro, não deixou passar batido. O Comitê de Política Monetária do Banco Central enxergou, com bons olhos, a recente queda do dólar e o seu efeito positivo no combate à inflação. Mas calma lá, que a festa ainda não foi liberada.

Num tom que misturava alívio com uma pitada de cautela, o colegiado deixou claro que essa melhora no câmbio é bem-vinda, mas não é suficiente para baixar a guarda. A sensação que fica é a de quem vê o céu clarear depois de uma tempestade, mas ainda mantém o guarda-chuva na mão, desconfiado de que pode chover de novo a qualquer momento.

O sinal amarelo continua aceso

E qual é o recado principal? Simples e direto: os juros básicos da economia, a famosa taxa Selic, vão continuar no patamar elevado atual por um período bastante prolongado. A expressão, repetida na ata do encontro, soa quase como um mantra, um lembrete de que o caminho para domar a inflação ainda é longo e cheio de armadilhas.

Não é exagero dizer que o Copom está travando uma verdadeira guerra contra a alta de preços, e eles não vão abrir mão da sua principal arma tão cedo. A meta de inflação, afinal de contas, ainda está lá no horizonte, longe de ser alcançada com tranquilidade.

Um alívio, sim, mas com os pés no chão

A valorização do real frente ao dólar nos últimos tempos — quem diria! — trouxe um fôlego importante. Produtos importados ficam mais baratos, a pressão sobre os custos das empresas diminui um pouco, e isso tudo ajuda a segurar a inflação. É uma daquelas boas surpresas que todo economista torce para ver.

Mas os membros do comitê, experientes que são, sabem que não se pode confiar apenas na sorte — ou na volatilidade dos mercados internacionais. A situação fiscal do país, os gastos do governo, a instabilidade política... Tudo isso pesa na hora de tomar uma decisão tão crucial.

O resultado? A mensagem é de continuísmo. A estratégia de manter os juros altos, ainda que cause um certo desconforto para quem precisa de crédito, é vista como a mais segura para garantir a estabilidade de preços no médio e longo prazo. E parece que vão seguir nessa toada por um bom tempo.

Para o cidadão comum, a lição é clara: o crédito vai continuar caro, o financiamento da casa própria ainda não ficou mais fácil, e o sonho de pagar menos juros no cartão terá que esperar um pouco mais. Paciência é a palavra de ordem.