Bolsa em Queda Livre: Mercado Reage com Nervosismo às Decisões do Copom e Críticas de Lula e Barroso a Trump
Bolsa cai com Copom, Lula e Barroso criticam Trump

Parece que o mercado acordou de mau humor hoje. E não era para menos. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, em mais uma daquelas reuniões tensas que todo mundo fica de olho, manter a taxa Selic em 10,5% ao ano. A decisão, amplamente esperada por analistas, ainda assim deixou um gosto amargo nos investidores. A sensação é que o BC está entre a cruz e a espada, tentando equilibrar o controle da inflação com uma economia que ainda patina.

Mas o que realmente pegou todo mundo de surpresa – e não foi uma surpresa boa – foi a reação em cadeia que se seguiu. A Bolsa de Valores brasileira, que já não estava lá essas coisas, deu uma de avestruz e enfiou a cabeça na areia. O Ibovespa, nosso termômetro principal, despencou mais de 1,5% no dia, fechando na casa dos 120 mil pontos. Um verdadeiro banho de água fria para quem esperava um alívio.

E não parou por aí. Enquanto os números caíam, a política decidiu entrar em cena com tudo. O presidente Lula, nunca one de ficar calado, soltou o verbo em uma coletiva. Sua mira? O ex-presidente americano Donald Trump. Lula não economizou nas palavras, classificando as declarações recentes de Trump como "um perigo para a democracia global" e "um discurso de ódio que não ajuda ninguém". Forte, não?

Como se não bastasse, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, resolveu dar sua cartada. Em um evento jurídico, Barroso foi na mesma linha, mas com um tom mais professoral. Ele alertou para os "riscos que figuras populistas representam para a ordem institucional" e defendeu, vejam só, uma "maior integração entre as nações democráticas para frear esses avanços". Uma verdadeira aula de ciência política, mas que soou como um alerta para o mercado.

E o mercado, ah, o mercado... ele odeia incerteza acima de tudo. E a combinação de juros altos persistentes com uma tempestade política internacional foi a receita perfeita para o pânico. Os setores mais sensíveis à taxa de juros, como varejo e construção civil, foram os que mais sangraram. As ações de Magazine Luiza e Via caíram mais de 4%. Lojas Americanas, que já vinham mal das pernas, afundaram outros 3%.

O dólar, é claro, fez a festa. A moeda americana subiu mais de 2%, fechando perto de R$ 5,60. Um alívio para os exportadores, mas um pesadelo para quem tem dívida em verde. Os future de juros também dispararam, indicando que os investidores estão precificando um cenário de juros altos por mais tempo. A mensagem é clara: a festa do crédito barato acabou, pessoal.

E no meio disso tudo, o que o investidor comum deve fazer? Segurar as pontas, parece ser a resposta. A volatilidade veio para ficar, pelo menos até o cenário político-econômico dar uma clareada. Especialistas recomendam cautela e uma boa diversificação. Porque, vamos combinar, tentar adivinhar o próximo passo de Trump ou do Copom é quase como jogar na loteria.

No final das contas, o dia de hoje mostrou que a economia brasileira ainda é um barquinho frágil num oceano de gigantes. Qualquer vento forte de fora, ou qualquer decisão contundente de dentro, é capaz de causar um rebuliço danado. E a gente fica aqui, torcendo para que o timoneiro segure firme o leme.