
Parece que encontrar um espaço comercial com preço razoável está cada vez mais difícil — e os números confirmam essa impressão. O Índice FipeZap, aquele termômetro confiável do mercado imobiliário, acaba de divulgar uma alta nada trivial de 10,5% nos preços de locação comercial ao longo dos últimos doze meses. Um dado que faz qualquer empresário, especialmente os de pequeno e médio porte, segurar a respiração.
E não é só um aumento qualquer. Esse percentual, fechado em maio, consolida uma tendência ascendente que vem se arrastando, pressionando o caixa de negócios que já enfrentam uma enxurrada de outros custos. A pergunta que fica no ar, é claro, é: até quando isso segue?
O que está por trás do aumento?
Bom, a história nunca é simples, certo? Especialistas apontam para um coquetel de fatores. De um lado, a retomada econômica — ainda que vacilante — aqueceu a demanda por espaços em certas localizações privilegiadas. Do outro, os custos gerais de manutenção e operação dos imóveis subiram, e o proprietário, naturalmente, repassa.
Mas tem um detalhe crucial: a alta não foi uniforme. Dá uma olhada:
- Salas comerciais lideram o reajuste, com um impulso mais vigoroso.
- Lojas também sentiram o baque, embora em ritmo um pouquinho menor.
- E as regiões metropolitanas, como São Paulo e Rio, continuam puxando a média para cima, enquanto o interior mostra um comportamento mais moderado — mas ainda assim preocupante.
"É um cenário desafiador, para dizer o mínimo", comenta um corretor que preferiu não se identificar. "Muitos lojistas estão revendo contratos ou mesmo buscando espaços menores, mais afastados. A criatividade virou moeda de troca."
E agora, José?
Para o empresário no dia a dia, a conta é cruel. Com o aluguel consumindo fatia maior do faturamento, sobra menos para investir em estoque, marketing ou na própria equipe. Alguns setores, como o de serviços e varejo tradicional, são os que mais gemem sob o peso.
Será que é hora de repensar completamente o modelo de negócio? Talvez considerar um formato híbrido, com menos espaço físico? A verdade é que o aumento de 10,5% não é apenas um número num relatório — é um reality check para a sobrevivência de muitos.
O futuro? Incerto. Tudo depende de como a economia brasileira vai se comportar nos próximos trimestres. Mas uma coisa é certa: o custo do "ponto" virou, definitivamente, uma das variáveis mais críticas no xadrez empresarial.