Mercado de Trabalho na RMC: Serviços e Comércio Puxam Geração de Empregos em Agosto, Mas Construção Civil Preocupa
RMC: serviços geram vagas, construção demite

O mês de agosto trouxe um sopro de alívio — mas com ressalvas importantes — para o mercado de trabalho na Região Metropolitana de Campinas. Enquanto setores como serviços e comércio puxaram a fila na criação de novas oportunidades, a construção civil continua dando sinais preocupantes, fechando postos de trabalho num movimento que já vem se arrastando.

Os números mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, no geral, a região conseguiu manter o saldo positivo. Foram 1.179 vagas com carteira assinada abertas no período. Parece pouco? Talvez. Mas considerando o cenário econômico atual, qualquer avanço é bem-vindo.

Quem está contratando — e quem está demitindo

O setor de serviços foi, sem dúvida, o grande destaque. Sozinho, ele foi responsável por criar 1.062 novas vagas. Um desempenho que, convenhamos, salvou a pátria trabalhista da região. O comércio também fez sua parte, contribuindo com 401 oportunidades a mais.

Agora, a notícia que preocupa vem dos canteiros de obras. A construção civil seguiu no vermelho, fechando 294 postos. É o terceiro mês consecutivo de resultados negativos — uma sequência que não engana ninguém sobre as dificuldades do setor.

E a indústria? Bem, ela ficou no quase lá

O setor industrial, que sempre foi um dos carros-chefes da região, apresentou um desempenho modesto: apenas 10 novas vagas. Um número que, francamente, decepciona para uma região com o parque industrial que Campinas possui.

"Temos observado uma recuperação gradual, porém desigual", analisa um economista local que preferiu não se identificar. "Enquanto alguns setores surfam na retomada, outros ainda patinam — e a construção civil é o caso mais preocupante."

O que esses números realmente significam?

Olhando de perto, o desempenho de agosto na RMC foi melhor que o do estado como um todo. Enquanto aqui conseguimos manter o saldo positivo, o estado de São Paulo viu o mercado encolher. Pequena vitória, mas vitória.

Porém — e sempre há um porém — quando ampliamos o olhar para o acumulado do ano, a imagem fica menos animadora. De janeiro a agosto, a região ainda está no negativo, com 1.259 vagas a menos. Mostra que a recuperação ainda é frágil, capenga.

Os especialistas apontam que esse movimento de "idas e vindas" é típico de períodos de transição econômica. Alguns setores se adaptam mais rápido, outros demoram — e a construção civil, com seus encadeamentos longos, sempre é uma das últimas a reagir.

E agora, o que esperar?

O último trimestre do ano costuma trazer ventos mais favoráveis, especialmente com as contratações sazonais do comércio para o Natal. Mas será que isso será suficiente para reverter o saldo negativo acumulado?

Muita gente torce para que sim. Afinal, emprego não é só número — é comida na mesa, conta paga, dignidade. E Campinas, com toda sua força econômica, merece um mercado de trabalho à altura do seu potencial.