
Imagina só: você recebe ligações insistentes por duas semanas seguidas, mas desconfia que é mais um daqueles golpes que pipocam no celular. Foi exatamente o que aconteceu com Maria*, uma zeladora de Curitiba que, durante 15 dias, ignorou todas as chamadas sobre um prêmio de R$ 100 mil — achando, é claro, que era cilada.
— Nem passou pela minha cabeça que podia ser verdade! — confessou ela, ainda meio sem acreditar. — Toda hora tem gente tentando enganar a gente, né? Fiquei com medo.
O desenrolar da história
Os telefonemas começaram no início do mês. Maria, que prefere não revelar o sobrenome (afinal, quem gosta de holofote?), trabalhava como zeladora em um prédio residencial quando o celular não parava de tocar. Números desconhecidos, insistência... tudo cheirava a armadilha.
— Até bloqueei uns dois! — riu, agora com um misto de alívio e frustração. — Meu filho até brincou: "Mãe, e se for aquela loteria que você sempre joga?" Mas eu nem liguei.
A reviravolta
Foi só quando uma vizinha — dessas que adora fofoca e notícia quente — comentou sobre um prêmio não reclamado na região que Maria decidiu conferir. Pegou o bilhete esquecido na bolsa, comparou os números e... plim. Lá estavam os seis dígitos sorteados.
— Quase caí pra trás! — disse, ainda meio tonta. — Mas aí, quando liguei de volta, disseram que o prazo tinha acabado. Perdi a grana por desconfiada.
Lição (amarga) aprendida
Não é todo dia que a gente vê alguém recusar R$ 100 mil por precaução. Maria, que ganhava um salário mínimo, podia ter quitado dívidas, reformado a casa ou até viajado — sonhos que agora terão de esperar.
— Vou ficar com o coração na mão toda vez que o telefone tocar agora — brincou, tentando levar na esportiva. — Mas sério, galera: não façam como eu. Pelo menos atendam e perguntem, né?
Ah, e detalhe: a loteria confirmou que o prêmio, não resgatado, voltou para o bolão de futuros sorteios. Quem sabe a sorte não bate à porta de novo — dessa vez, com Maria atendendo?