Jogo virou pesadelo: quase 30% dos paranaenses já apostaram online em 2025 — e histórias como 'perdi minha casa' assustam
30% dos paranaenses já apostaram online em 2025; casos assustam

O que começou como diversão virou um rastro de destruição. No Paraná, três em cada dez pessoas já caíram na tentação das apostas online em 2025 — e os relatos são de arrepiar. Tem gente que perdeu tudo. Literalmente.

"Tive que vender minha casa para pagar o que devia". A frase, dita com voz embargada por um morador de Cascavel que prefere não se identificar, resume o drama de muitos. Ele entrou no mundo das apostas achando que seria "só um joguinho", mas o buraco foi mais embaixo.

Números que impressionam (e preocupam)

Os dados são alarmantes:

  • 29,7% dos paranaenses já fizeram pelo menos uma aposta online este ano
  • Entre os jovens de 18 a 24 anos, o índice salta para 43%
  • 1 em cada 5 apostadores admite já ter tido prejuízos financeiros

E olha que a pesquisa não contabiliza quem joga escondido — e são muitos, segundo especialistas. "É uma epidemia silenciosa", alerta a psicóloga Mariana Campos, que atende viciados em jogos há 15 anos.

Quando o hobby vira pesadelo

O caso de Cascavel não é isolado. Em Londrina, uma professora de 32 anos (que pediu para ser chamada apenas de Ana) contou como começou com apostas de R$5 e terminou devendo R$80 mil. "Parecia que ia recuperar tudo na próxima jogada. Nunca recuperei."

Os especialistas explicam: o cérebro do apostador funciona como um motor desregulado. Cada vitória — mesmo pequena — libera dopamina, aquela sensação gostosa que vicia. E aí? O sujeito quer mais. Sempre mais.

Pior: as plataformas usam truques psicológicos para manter o jogador na roda. Bônus, promessas de "recuperação fácil" e até mensagens personalizadas. É armadilha pura.

O que fazer quando o jogo vira dívida?

Se você ou alguém próximo está nessa fria, atenção:

  1. Reconheça o problema — sem autoengano
  2. Corte o acesso às plataformas de apostas
  3. Busque ajuda profissional (tem grupos gratuitos!)
  4. Negocie as dívidas — muitos não sabem, mas é possível

No Paraná, o Centro de Apoio ao Viciado em Jogos (CAVIJ) oferece atendimento gratuito. E não, não é vergonha pedir ajuda. Vergonha mesmo é continuar se afundando.

Enquanto isso, a discussão sobre regulamentação dessas plataformas esquenta. Alguns estados já discutem leis mais duras. Será que o Paraná vai entrar nessa onda? Torcemos — mas enquanto isso, o conselho é velho e bom: melhor prevenir do que remediar.