
O que começou como diversão virou um rastro de destruição. No Paraná, três em cada dez pessoas já caíram na tentação das apostas online em 2025 — e os relatos são de arrepiar. Tem gente que perdeu tudo. Literalmente.
"Tive que vender minha casa para pagar o que devia". A frase, dita com voz embargada por um morador de Cascavel que prefere não se identificar, resume o drama de muitos. Ele entrou no mundo das apostas achando que seria "só um joguinho", mas o buraco foi mais embaixo.
Números que impressionam (e preocupam)
Os dados são alarmantes:
- 29,7% dos paranaenses já fizeram pelo menos uma aposta online este ano
- Entre os jovens de 18 a 24 anos, o índice salta para 43%
- 1 em cada 5 apostadores admite já ter tido prejuízos financeiros
E olha que a pesquisa não contabiliza quem joga escondido — e são muitos, segundo especialistas. "É uma epidemia silenciosa", alerta a psicóloga Mariana Campos, que atende viciados em jogos há 15 anos.
Quando o hobby vira pesadelo
O caso de Cascavel não é isolado. Em Londrina, uma professora de 32 anos (que pediu para ser chamada apenas de Ana) contou como começou com apostas de R$5 e terminou devendo R$80 mil. "Parecia que ia recuperar tudo na próxima jogada. Nunca recuperei."
Os especialistas explicam: o cérebro do apostador funciona como um motor desregulado. Cada vitória — mesmo pequena — libera dopamina, aquela sensação gostosa que vicia. E aí? O sujeito quer mais. Sempre mais.
Pior: as plataformas usam truques psicológicos para manter o jogador na roda. Bônus, promessas de "recuperação fácil" e até mensagens personalizadas. É armadilha pura.
O que fazer quando o jogo vira dívida?
Se você ou alguém próximo está nessa fria, atenção:
- Reconheça o problema — sem autoengano
- Corte o acesso às plataformas de apostas
- Busque ajuda profissional (tem grupos gratuitos!)
- Negocie as dívidas — muitos não sabem, mas é possível
No Paraná, o Centro de Apoio ao Viciado em Jogos (CAVIJ) oferece atendimento gratuito. E não, não é vergonha pedir ajuda. Vergonha mesmo é continuar se afundando.
Enquanto isso, a discussão sobre regulamentação dessas plataformas esquenta. Alguns estados já discutem leis mais duras. Será que o Paraná vai entrar nessa onda? Torcemos — mas enquanto isso, o conselho é velho e bom: melhor prevenir do que remediar.