Histórico! TJ-SP empossa primeira juíza cadeirante — conheça sua trajetória inspiradora
TJ-SP empossa 1ª juíza cadeirante da história

Não é todo dia que a gente vê o sistema judiciário brasileiro dando um passo tão significativo. Mas hoje, o TJ-SP mostrou que mudança é possível — e veio sobre rodas, literalmente.

A cerimônia de posse foi daquelas que arrepia. A nova juíza, cujo nome já está gravado na história, assumiu seu cargo com uma determinação que deixou claro: limitações físicas não definem competência profissional.

Quebrando barreiras (e estereótipos)

Você já parou pra pensar quantos obstáculos invisíveis existem num tribunal? Degraus que parecem montanhas, portas que não abrem o suficiente, banheiros que não cabem uma cadeira de rodas... Tudo isso ela enfrentou — e superou — antes mesmo de sentar na cadeira de juíza.

"Quando entrei na faculdade de Direito, me disseram que eu nunca seria juíza", revelou emocionada durante o discurso. "Hoje provamos que capacidade não se mede pela mobilidade."

Números que falam (e doem)

  • Apenas 0,3% dos cargos no Judiciário são ocupados por PCDs
  • Menos de 10% dos fóruns brasileiros têm acessibilidade plena
  • Ela será a única juíza cadeirante em atividade no estado

Não é sobre cotas, é sobre competência — mas convenhamos, quando a inclusão acontece, todo mundo ganha. Os processos vão fluir com uma perspectiva que faltava nas varas.

"Minha cadeira não me limita, me equilibra"

A frase, dita com um sorriso irônico durante a entrevista coletiva, resume bem o espírito dessa guerreira. Formada com louvor pela USP, aprovada no concurso com nota máxima na prova oral (aquela que muitos "tradicionais" reprovam), ela chega pra mostrar serviço.

E olha só a ironia do destino: vai assumir justamente na Vara de Família e Sucessões. Quem melhor pra entender de heranças do que quem herda diariamente o desafio de um mundo não adaptado?

O TJ-SP prometeu adaptar todas as dependências necessárias — banheiros, elevadores, até a mesa do juiz. Mas a verdadeira adaptação precisa acontecer na cabeça de quem ainda acha que deficiência é sinônimo de incapacidade.

Enquanto isso, lá no fórum, uma nova história começa a ser escrita. E dessa vez, com rampas de acesso.