MPF pede suspensão de norma do CFM sobre terapia para jovens trans: entenda o caso
MPF questiona norma do CFM sobre terapia para jovens trans

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação pedindo a suspensão imediata de uma norma do Conselho Federal de Medicina (CFM) que restringe terapias para jovens transgêneros. A resolução em questão estabelece limites para o tratamento de adolescentes que buscam a transição de gênero, gerando polêmica entre especialistas e ativistas.

De acordo com o MPF, a norma do CFM viola direitos fundamentais garantidos pela Constituição, além de contrariar diretrizes internacionais de saúde. "A resolução impõe barreiras desnecessárias e prejudica o acesso a tratamentos essenciais para jovens trans", afirma o órgão.

O que diz a resolução do CFM?

A polêmica norma estabelece que:

  • Terapias hormonais só podem ser iniciadas após os 18 anos
  • Exige avaliação psicológica prolongada antes de qualquer intervenção
  • Limita o uso de bloqueadores de puberdade

Para o MPF, essas restrições são "discriminatórias" e não têm base científica sólida. "A Organização Mundial da Saúde já reconhece que a identidade de gênero não é doença", argumenta a ação judicial.

Reações da comunidade médica e LGBTQIA+

Enquanto alguns médicos defendem a cautela no tratamento de adolescentes, ativistas afirmam que a demora no acesso a terapias pode causar danos irreparáveis:

  • Aumento de casos de depressão e ansiedade
  • Maior risco de suicídio entre jovens trans
  • Desenvolvimento de características indesejadas durante a puberdade

O caso agora está nas mãos da Justiça Federal, que deverá analisar o pedido de suspensão da norma. Enquanto isso, o debate sobre os direitos de jovens transgêneros continua acalorado no Brasil.